A chegada do Sora, a ferramenta de geração de vídeos da OpenAI, provocou debate rápido: em pouco tempo a plataforma já tinha atingido 1 milhão de downloads.
O que preocupou os artistas
A Creative Artists Agency (CAA) publicou um comunicado alertando que a tecnologia expunha criadores a “riscos significativos”. A mensagem levanta uma preocupação direta: atores, músicos, roteiristas e outros profissionais podem ter suas vozes, imagens ou personagens utilizados sem crédito ou remuneração adequada.
Quem não ficaria apreensivo ao ver seu trabalho replicado por uma ferramenta automatizada?
Como a OpenAI e o mercado reagiram
Inicialmente, a OpenAI adotou um sistema de opt-out, isto é, permitia o uso de material protegido a menos que estúdios ou agências pedissem sua exclusão. Depois das críticas, o CEO Sam Altman disse que a empresa daria aos detentores de direitos um “controle mais granular” sobre personagens gerados pela IA.
Além da CAA, outras grandes agências como a UTA e a WME também expressaram preocupação e orientaram clientes a não participar das atualizações do Sora. Em resposta, estúdios e associações da indústria tomaram providências.
- A Disney enviou uma carta proibindo o uso de suas obras e personagens na plataforma.
- A Motion Picture Association pediu ações imediatas contra conteúdos que supostamente infringiam direitos autorais.
- O episódio reacendeu debates e processos já vistos antes, como ações envolvendo a Midjourney e alertas à Character.AI sobre o uso de personagens.
A OpenAI afirmou que estava implementando barreiras de proteção e revisando os vídeos gerados pelo Sora para garantir conformidade com políticas atualizadas, além de dar mais controle aos detentores de direitos.
O tema não ficou restrito aos Estados Unidos: repercutiu também no Brasil, inclusive na Bahia, onde debates sobre proteção de criadores e uso de IA ganharam espaço.
Em resumo, o caso do Sora ilustra bem uma tensão atual: a inovação em IA avança rápido, mas traz à tona questões práticas sobre direitos, crédito e proteção de quem cria. É um assunto que ainda deve render muitos capítulos.