Roger Abdelmassih, ex-médico condenado por estuprar 37 pacientes, voltou a ganhar destaque como personagem central da série "Tremembé", do Prime Video. A produção revisita relatos e trajetórias de presos cujo caso chocou o país.
O caso
As denúncias contra Abdelmassih surgiram em 2009 e a condenação ocorreu em 2014, ano em que ele foi preso após uma fuga para o Paraguai. A pena inicial de 278 anos acabou sendo reduzida para 181 anos. Todas as vítimas disseram ter sido abusadas enquanto estavam inconscientes, durante procedimentos na clínica, e terem acordado com o então médico cometendo os crimes.
- 2009 – denúncias publicadas;
- 2014 – condenação e prisão após fuga;
- Pena – de 278 para 181 anos.
Em julho do ano passado, Abdelmassih recebeu diagnóstico de miocardiopatia dilatada, uma condição que diminui a capacidade de bombeamento do coração. Por isso, passou a pedir saída do presídio por motivos de saúde.
O pedido foi negado pela juíza Sueli Zeraik, que entendeu que a saúde do preso estava estável e que ele recebia acompanhamento médico adequado no presídio de Tremembé, em São Paulo. Pelas regras e pelas possibilidades de redução de pena por bom comportamento, a previsão é que, se cumprir o restante da pena e mantiver bom comportamento, a liberdade só seria possível em 2047, quando teria 104 anos.
No seriado
Na série "Tremembé", Abdelmassih é vivido pelo ator Anselmo Vasconcelos. A semelhança após a caracterização chamou a atenção do público. Em entrevista ao site Minha Série, o ator comentou a complexidade do personagem e deixou claro que a produção buscou humanizar, não romantizar, a figura retratada.
"No caso do Tremembé, a brutal realidade, ela é humanizada muito bem pela Vera Egito, né? Quer dizer, humanizar não é romantizar. Humanizar é mostrar que o homem é capaz de uma crueldade, de uma virulência que nenhum outro aspecto faz", afirmou Anselmo Vasconcelos.
Abdelmassih, que tinha 82 anos, continuou tentando obter progressão ou saída do regime prisional por motivos de saúde, mas a decisão judicial que negou o pedido permanece em vigor por enquanto. O caso segue acompanhado pelas instâncias judiciais competentes, com pedidos e recursos relacionados à situação carcerária e ao estado de saúde do condenado.

