Após seis meses depois do acidente, que vitimou fatalmente o ator Domingos Montagner. A viúva do ator, Luciana Lima concedeu uma entrevista à revista Marie Claire e falou pela primeira vez sobre a perda do marido e também sobre a reconstrução da vida. Ela tem se dedicado na comemoração dos 20 anos da La Mínina, companhia de teatro fundada por Montagner e por Fernando Sampaio.
Ela que é produtora da Companhia de teatro, afirmou que apesar de todo momento de dor da perda, nunca pensou em desistir da comemoração de 20 anos do projeto idealizado por Domingos. "O acidente abriu aquele buraco e ficamos sem chão. Ainda é muito turvo o que vivi nas primeiras semanas, mas em nenhum momento passou pela minha cabeça desistir. À medida que o tempo foi passando, as coisas ficaram mais claras. Um mês depois, já comecei a pensar nos 20 anos da companhia junto com o Fernando. Estávamos conversando e ele ficou todo sem jeito de me perguntar o que faríamos. Entendemos que não dava para parar. A celebração virou uma homenagem ao Domingos", explicou.
Luciana também contou detalhes de como recebeu a notícia do acidente do marido.
"Não acompanhei as redes sociais, onde o desaparecimento era assunto desde as 14h. Quando deu umas 15h, o empresário dele me ligou, eu estava no galpão. Senti um tom preocupado em sua voz. Aí começou o processo. Liguei para a escola dos meus filhos, pedi que saíssem mais cedo para evitar que deparassem com o burburinho. O mais velho estava em casa. Assim que cheguei, disse a ele o que estava acontecendo, e ele respondeu: “Não vai acontecer nada, meu pai sabe nadar e não pode ir contra a correnteza. Vai se deixar levar, alguém vai encontrá-lo”. Concordei e pedi para não entrar em redes sociais. Perto das 18h, chegaram os pequenininhos – muitos amigos nossos já estavam ali conosco. Expliquei o que acontecia. O do meio começou a chorar, depois o menor. Mônica Albuquerque, diretora de produção da Globo, ligou pouco depois e disse: “Lu”. Nesse “Lu”, eu senti. “Você não tem uma boa notícia para mim?”, perguntei. Ela disse que não", contou.
Ela também falou como tem sido a reconstrução da vida, após a morte de Domingos.
"É um exercício. Estamos ressignificando os lugares que frequentávamos com ele, alimentamos memórias. Mas as crianças assimilam a perda de outra maneira: o agora é mais importante do que o amanhã", concluiu.