O relógio marcava quase 20h quando o veredito ecoou pelo Fórum de Santo Antônio de Jesus. Silêncio. Olhares atentos. O influenciador Iuri Sheik, que já foi sinônimo de ostentação nas redes sociais, estava diante do júri mais aguardado dos últimos anos na Bahia. Em poucas palavras, a sentença: absolvido da acusação de assassinato do empresário William de Oliveira. O que levou a esse desfecho? Por que o caso mobilizou tantos olhares? Cada detalhe revela uma trama de tensão, reviravoltas e declarações marcantes.
O julgamento, que durou mais de dez horas, reuniu sete jurados e foi acompanhado de perto por familiares, advogados, imprensa e curiosos. O Ministério Público da Bahia sustentou que o crime, ocorrido em 2019 durante uma festa junina, teve motivação fútil: uma discussão após o empresário negar um aperto de mão ao influenciador. William foi atingido por dois disparos no peito, chegou a ser internado, mas não resistiu. Deixou três filhas pequenas, a mais nova com apenas 40 dias na época do crime.
Após o ocorrido, Iuri Sheik fugiu em alta velocidade e só se apresentou à polícia três dias depois, já com mandado de prisão expedido. Ele ficou preso por cerca de dois anos no Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador, até conseguir habeas corpus em 2020. Desde então, aguardava o julgamento em liberdade.
Durante o júri, a defesa de Iuri Sheik apostou na tese de legítima defesa. Segundo os advogados, a arma usada no crime pertencia à própria vítima. O influenciador afirmou ter se sentido ameaçado e, por isso, atirou. A defesa também apresentou registros de supostas fraudes cometidas por William contra a banda Black Style e relatos de violência doméstica contra a ex-mulher do empresário.
“Iuri é, além de tudo, um ser humano, um homem como qualquer outra pessoa que, no momento de medo, só buscou se defender”, declarou o advogado de defesa em coletiva à imprensa .
A decisão do júri foi unânime. O Ministério Público, no entanto, já anunciou que vai recorrer, alegando que o resultado não corresponde às provas apresentadas. A mãe da vítima, Nélia de Oliveira, lamentou o desfecho:
“Eu sei que vai fazer seis anos, mas para mim é como se fosse ontem, gente! Não existe época para você ter sentimento da falta do seu filho”, disse em entrevista à TV Subaé.
Nas redes sociais, Iuri Sheik comemorou a absolvição e agradeceu o apoio dos seguidores. O caso, que ganhou repercussão nacional, segue em destaque, principalmente porque o Ministério Público pretende recorrer da decisão.
Pontos-chave do caso Iuri Sheik
- O crime aconteceu em 2019, durante uma festa junina em Santo Antônio de Jesus (BA).
- William de Oliveira, empresário e ex-sócio da banda Black Style, foi morto a tiros.
- Iuri Sheik ficou preso por cerca de dois anos e aguardava julgamento em liberdade desde 2020.
- A defesa alegou legítima defesa e apresentou registros de supostas fraudes e violência doméstica envolvendo a vítima.
- O júri popular absolveu Iuri Sheik por unanimidade, mas o Ministério Público já recorreu da decisão.
“Gratidão a todas as palavras de apoio, obrigado a todos vocês que torceram por mim”, escreveu Iuri Sheik em suas redes sociais após o julgamento .
O caso segue em tramitação, com possibilidade de novo julgamento, caso o recurso do Ministério Público seja aceito.