No episódio do podcast PodPah exibido na última quarta‑feira (15), o cantor Igor Kannário voltou a falar sobre a prisão por tráfico que marcou sua vida e traçou um paralelo com o caso do jovem Oruam, detido no Rio de Janeiro sob suspeita de associação ao tráfico.
Segundo Kannário, a marginalização que ele vivenciou em Salvador lembra o que, hoje, atinge artistas do trap. Ele diz ter sido levado ao presídio da Mata Escura acusado de tráfico, mesmo alegando que só estava com um cigarro pequeno.
“O que o trap vive hoje eu já vivi há 15 anos; me colocaram na cadeia por algo que não justificava”, disse Kannário.
Ao chegar à unidade prisional, o artista relatou ter sido reconhecido pelos detentos, que, ao vê‑lo passar, cantaram suas músicas e bateram nas paredes em reação à sua presença.
“Quando entrei, começaram a cantar minhas músicas e a bater na parede: ‘É o Kannário’”, relembrou ele.
Kannário afirmou que a detenção ocorreu sem motivo e comparou a própria experiência à de Oruam, ressaltando que nunca praticou roubos nem homicídios e destacando o efeito do episódio sobre a família.
“Eu não assaltei nem matei ninguém. Vi muita coisa lá dentro; o filho chora e a mãe sofre”, disse Kannário.
Decisão sobre Oruam
Sobre o caso de Oruam, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu liminar que revogou a prisão preventiva. Com isso, Oruam ficou em liberdade provisória, mas precisará cumprir medidas cautelares até o julgamento definitivo do recurso.
- Uso de tornozeleira eletrônica;
- Recolhimento domiciliar no período noturno;
- Outras medidas previstas pela decisão, enquanto o processo segue em análise.
O caso segue em curso, com as medidas cautelares em vigor até a definição definitiva do recurso.