Um homem foi preso nesta segunda-feira (25) em Olinda (PE) sob suspeita de enviar ameaças ao youtuber Felipe Bressanim Pereira, o Felca, após a publicação do vídeo “Adultização”, que denuncia exposição e sexualização de menores nas redes sociais. A prisão foi determinada por mandado judicial do Tribunal de Justiça de São Paulo, emitido em caráter de urgência em 17 de agosto.
Segundo a Polícia Civil de São Paulo, a detenção ocorreu depois que Felca obteve decisão judicial que determinou a quebra de sigilo de um e‑mail usado para enviar mensagens intimidatórias. A liminar exigiu do Google Brasil informações de identificação do usuário, incluindo IPs e dados cadastrais, em um prazo de 24 horas, diante do risco concreto à integridade do criador de conteúdo.
A investigação apontou que o suspeito, identificado nas apurações como Cayo Lucas, estaria envolvido também na comercialização de vídeos e fotos relacionados ao crime de estupro virtual. No momento da prisão, as equipes constataram que o computador do suspeito estava aberto na tela de acesso à plataforma de Segurança Pública do Estado de Pernambuco — informação que, segundo a polícia, será submetida a análise pericial. Outro homem que acompanhava Cayo foi detido para esclarecimentos e será apresentado à autoridade policial.
A possível tipificação de crimes no caso inclui ameaças e investigação de invasão de dispositivo informático; o artigo 154‑A do Código Penal vem sendo mencionado em apurações relacionadas a acessos indevidos a sistemas e conteúdos. As autoridades informaram que serão realizados procedimentos periciais e que o suspeito foi encaminhado à delegacia onde os atos legais foram formalizados.
Felpe Bressanim, conhecido como Felca, afirmou em entrevistas e em podcast que passou a andar com carro blindado e segurança pessoal em São Paulo por causa das ameaças recebidas após a divulgação de denúncias. O vídeo “Adultização”, publicado no início de agosto e com grande repercussão, reúne denúncias sobre influenciadores que expõem e adultizam menores nas redes, e reacendeu o debate sobre responsabilização de plataformas e proteção de crianças.