O collectathon surgiu na transição do 2D para o 3D, na segunda metade dos anos 1990, quando os jogos começaram a oferecer liberdade para explorar ambientes volumosos. Um marco desse movimento foi Super Mario 64, que mostrou como investigar fases em busca de itens podia ser a própria diversão — e não apenas um complemento à ação.
O que define o gênero
A mecânica central é simples: andar por fases grandes, procurar colecionáveis e usar esses itens para progredir, desbloquear habilidades ou descobrir segredos. Alguns objetos são necessários para avançar; outros são opcionais e servem para completar o jogo 100% ou revelar surpresas. Muitas vezes o design pede que você volte a áreas já visitadas — com novas habilidades ou pistas — e vários títulos usam hubs que conectam mundos distintos.
Depois de atingir sua forma clássica em jogos como Banjo-Kazooie, o gênero perdeu um pouco de espaço nos anos 2000, mas voltou a ganhar vida a partir da metade da década de 2010, impulsionado por remasters, coletâneas e produções independentes.
Oito exemplos representativos
- Yooka-Replaylee — Remaster da Playtonic para PC, Nintendo Switch 2, PlayStation 5 e Xbox Series X/S. Mantém a dupla principal, Yooka (um camaleão) e Laylee (uma morcega), e a busca por páginas douradas em mundos inspirados em livros; traz gráficos melhorados, controles mais precisos, mapa, viagem rápida e colecionáveis novos.
- A Hat in Time — Jogo recente da Gears for Breakfast (com distribuição associada à Humble Bundle) para PC, Nintendo Switch, PlayStation 4 e Xbox One. Você vive a Hat Kid à procura das Time Pieces perdidas para voltar ao seu planeta; mistura exploração livre, coleta e a criação de chapéus que dão habilidades variadas.
- Spyro Reignited Trilogy — Recriação feita pela Toys for Bob e Activision para PC, PlayStation 4, Xbox One e Nintendo Switch; reúne os três primeiros jogos do dragão Spyro com visuais modernizados, mantendo a ênfase em coletar itens espalhados por mundos coloridos.
- New Super Lucky’s Tale — Remake da Playful Studios disponível para PC, Nintendo Switch, PlayStation 4 e Xbox One. Tem níveis redesenhados, hubs em 3D e fases que alternam entre 3D, segmentos 2D e quebra-cabeças; o herói Lucky sai em busca de páginas mágicas e segredos.
- Banjo-Kazooie — Desenvolvido pela Rare para Nintendo 64 (com posterior lançamento no Xbox 360). É um dos títulos que cristalizaram a fórmula collectathon: nove mundos expansivos, humor marcante, visuais vibrantes e uma jogabilidade focada em coleta e exploração não linear.
- Donkey Kong 64 — Lançado para Nintendo 64 pela Rare em parceria com a Nintendo. Conhecido pela enorme quantidade de itens coletáveis e por permitir o controle de múltiplos personagens, cada um com habilidades próprias usadas para acessar áreas exclusivas e enfrentar o vilão King K. Rool.
- Jak and Daxter: The Precursor Legacy — Produzido pela Naughty Dog para PlayStation 2. Oferece um mundo interconectado e fases amplas centradas na coleta de itens; as sequências da série mudaram o foco para mundos mais abertos e elementos de ação.
- Super Mario 64 — Lançamento seminal do Nintendo 64 que praticamente originou o gênero ao trazer liberdade de exploração em 3D. Você corre, pula, nada e desliza em busca de Power Stars para avançar e, claro, resgatar a Princesa Peach de Bowser.
Hoje, a retomada do interesse pelo collectathon se traduz em remasters, coletâneas e títulos novos que celebram a nostalgia do gênero. No fim das contas, a atração permanece a mesma: mundos para explorar, segredos para descobrir e a satisfação de juntar mais um item na sua coleção.