Artistas do cenário do forró têm adotado estratégias para aumentar o engajamento em plataformas digitais durante a tradicional temporada junina. A movimentação visa fortalecer a presença online e possibilitar novas oportunidades de publicidade. O período, conhecido pela alta demanda, leva alguns artistas a realizarem dezenas de shows em curtos intervalos, evidenciando a intensidade da agenda.
A busca por mais seguidores em redes como o Instagram reflete uma adaptação do setor musical à crescente relevância do marketing de influência. Para muitos forrozeiros, especialmente os de estilo mais tradicional, esta é a principal época do ano para apresentações, com relatos de até 30 shows distribuídos em apenas dez dias.
Preocupações com a saúde e tendências de público
A exigência física imposta pela rotina de shows gera preocupações, como no caso do cantor Dorgival Dantas. Aos 54 anos, o artista tem sinalizado a possibilidade de uma pausa na carreira, um tema que tem gerado debate entre fãs e o próprio segmento musical.
Paralelamente, o comportamento do público no São João também apresenta mudanças. Pela primeira vez, observou-se uma migração de parte dos espectadores que, mesmo em grandes eventos, optam por buscar o forró mais autêntico em locais como o Pelourinho, em Salvador, na Bahia, em detrimento de espaços com maior diversidade de ritmos.
A duração das canções também entra em pauta no contexto das apresentações. Em discussões informais, foi mencionado que músicas de alguns artistas, como Daniel, não ultrapassam a marca de três minutos, o que pode influenciar a dinâmica dos shows e a experiência do público.
Este cenário evidencia as transformações na indústria do forró, impulsionadas tanto pela necessidade de adaptação às novas mídias quanto pelas preferências em evolução dos consumidores de música.