Antes de chegar ao dia do aniversário, a vida de Maurício de Sousa foi parar nas telas: Maurício de Sousa – o Filme estreou na quinta‑feira (23) nos cinemas brasileiros. A cinebiografia passa da infância em Mogi das Cruzes, no estado de São Paulo, até a criação da Mauricio de Sousa Produções (MSP) — e foi apresentada em coletiva com cobertura do Bahia Notícias, já como um aquecimento para o aniversário de 90 anos do cartunista, que será no dia 27.
O filme reconstrói momentos da vida pessoal e profissional de quem virou ícone dos quadrinhos brasileiros. Quer saber como nasceram a Mônica, o Cebolinha ou o Bidu? A obra mostra essas origens e o caminho até a então chamada Bidulândia Serviços de Imprensa, alternando duas fases do protagonista: a versão adulta, interpretada por Mauro Sousa, filho de Maurício, e a infância, vivida pelo ator mirim Diego Laumar.
O diretor Pedro Vasconcelos contou que a intenção era revelar a história pessoal por trás do personagem público. Em suas palavras, a ideia era que o Brasil conhecesse a vida por trás do trabalho — e o próprio Maurício participou ativamente do processo, indo além de aprovações e colaborando em pontos do roteiro e da fotografia.
Mauro Sousa descreveu a emoção do pai ao ver um dos cortes: apontava, sorria e dizia “foi assim mesmo que aconteceu”, ou então apertava a mão dele. Esse tipo de reação deixou claro que o filme alcançou o tom que Maurício esperava, mostrando não só a criação dos personagens, mas também a relação do cartunista com a família e o ofício.
O elenco reúne nomes como Elizabeth Savalla, Thati Lopes, Emílio Orciollo Netto e o baiano Othon Bastos. A produção ainda inclui uma cena pós‑crédito com o próprio criador da MSP reforçando a importância de sonhar — uma mensagem que a equipe destacou. A obra entrou em cartaz em todo o país.
Na vida real, Maurício começou como repórter policial e publicou sua primeira tirinha com o Bidu em 1959, na Folha da Manhã; em 1960, criou o primeiro integrante da Turma da Mônica, o Cebolinha. Com a estreia do longa e a participação direta do autor no desenvolvimento, o filme acabou funcionando como um presente antecipado para as gerações que cresceram com seus quadrinhos, às vésperas do nonagésimo aniversário do cartunista.
Um filme que celebra trabalho, família e a capacidade de sonhar — do desenho à tela grande.