Um vídeo que circulou nas redes sociais mostrando o padre Luciano Braga Simplício, 39 anos, em uma casa paroquial ao lado de uma jovem de 21 anos desencadeou investigação policial e apurações internas da Igreja no município de Nova Maringá (MT). A Polícia Civil de Mato Grosso cumpriu mandados de busca e apreensão em Nova Maringá e em São José do Rio Claro para recolher celulares e mídias digitais que possam conter cópias do material e evidências sobre quem gravou e compartilhou as imagens.
Segundo o delegado Franklin Alves, responsável pelo inquérito que tramita na Delegacia de São José do Rio Claro, os aparelhos apreendidos serão encaminhados à perícia técnica para análise de conversas, arquivos e dados apagados, com o objetivo de individualizar a conduta dos envolvidos e identificar os autores da filmagem e da disseminação do vídeo. As medidas judiciais foram solicitadas pela autoridade policial e cumpridas com apoio de delegacias locais.
Reportagens apuraram que, além do ex-sogro da jovem, outros dois amigos do casal e a mulher de um deles estão entre os alvos da investigação. Fontes policiais indicaram que o pai do noivo pode ser o principal suspeito de liderar a invasão à casa paroquial e de ter gravado o vídeo que posteriormente se espalhou nas redes sociais. Até o momento, os nomes dos investigados não foram todos tornados públicos pelas autoridades.
O conteúdo divulgado mostra o momento em que a porta da casa paroquial é arrombada e a jovem, vestida com uma camisola curta, aparece escondida embaixo de uma pia enquanto o padre aparece apenas de short. No vídeo é possível ouvir um homem gritar “Abre a porta! Abre a porta ou a gente derruba!”, frase que consta nas reportagens que veicularam o caso.
A jovem registrou boletim de ocorrência relatando a divulgação indevida das imagens e a família informou que ela ficou em estado de choque e recebeu apoio psicológico. A Polícia Civil aponta que os investigados podem responder pelos crimes de constrangimento ilegal qualificado, invasão de domicílio qualificada, exposição de intimidade, dano qualificado e dano psicológico, entre outros delitos que possam ser configurados no decorrer das apurações.
O padre Luciano negou haver relação íntima com a jovem e afirmou, em áudios enviados a fiéis, que ela teria ido à casa paroquial apenas para se trocar e tomar banho depois de uma atividade da igreja. A Diocese de Diamantino confirmou o afastamento do sacerdote e informou que instaurou investigação canônica para apurar sua conduta, destacando que as medidas previstas pelo direito canônico estão sendo adotadas.
A perícia dos aparelhos apreendidos deverá indicar quem gravou e quem reteve ou compartilhou o vídeo nas redes sociais; até a divulgação desta reportagem não havia conclusão das análises técnicas e o inquérito segue em andamento. A divulgação em massa do vídeo gerou ampla repercussão nacional, e veículos regionais e nacionais continuam a acompanhar o caso à medida que novas informações oficiais são divulgadas.