Em Salvador, a energia vibrante da arte pulsa em cada canto, contudo, atravessar o caminho da criação artística nessa celebrada “Cidade da Música” – título outorgado pela UNESCO – revela uma trajetória repleta de desafios. Músicos, atores, cantores e muitos outros talentos desdobram-se para apresentar ao mundo o brilho da cultura soteropolitana. Contudo, nem sempre encontram o reconhecimento ou os recursos necessários para fazer seus projetos decolarem, especialmente diante de políticas que, por vezes, parecem ignorá-los.
Na celebração dos 475 anos de Salvador, artistas renomados da região compartilharam suas reflexões sobre perseverar no mundo das artes. Para eles, antes de tudo, é o amor que move suas criações. “Fazer arte aqui é como fazer arte em casa. O reconhecimento tem um sabor especial, que enche de orgulho. Sair daqui e levar nossa cultura para outros estados e países é transformador. No entanto, momentos como o Carnaval nos fazem sentir espremidos, lutando por espaço num evento dominado por figuras de fora. Nestes momentos, a Bahia precisa se reafirmar”, assevera um artista.
Para uma celebrada artista soteropolitana, Salvador não é apenas um cenário cultural; é o palco onde todos os baianos fazem sua estreia. Orgulhosa de suas raízes, ela enxerga no aniversário da cidade uma chance para reforçar seu compromisso com a sociedade, especialmente através do trabalho de seu instituto em prol das mulheres.
Outra voz na multidão, uma fotógrafa, roteirista e humorista, destaca a riqueza de trabalhar com arte em Salvador, mesmo diante das adversidades financeiras que afetam a região. “A honestidade na resistência mistura cultura, diversidade e influências de uma maneira única, criando uma arte com identidade soteropolitana”, ela explica.
A arte em Salvador, assim, emerge como um ato de amor e resistência. Entre dificuldades e desafios, esses artistas seguem desbravando caminhos, contribuindo para uma sociedade mais rica e vibrante através de seu trabalho e paixão.
