A Copa Vela 2025 será a primeira grande festa de Paulo Afonso a contar com intérpretes de Língua Brasileira de Sinais (Libras) em toda a sua programação. O evento, que acontece de 4 a 7 de setembro na Avenida Apolônio Sales, une tradição, música e agora também um marco de inclusão cultural na região.
A medida representa um avanço significativo para a acessibilidade em eventos culturais. No Brasil, cerca de 2,3 milhões de pessoas vivem com deficiência auditiva severa, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dessas, aproximadamente 284 mil usam a Libras como principal meio de comunicação. Para a comunidade surda local, a novidade amplia o acesso à festa e reforça o direito de participação plena na vida social.
O papel dos intérpretes
A presença de intérpretes vai além de cumprir leis de acessibilidade: garante que pessoas surdas possam acompanhar letras de músicas, falas de artistas e avisos durante os shows. Isso torna a experiência cultural mais completa e incentiva a presença de um público mais diverso, fortalecendo o caráter coletivo da festa.
Música, tradição e diversidade
A edição 2025 terá grandes atrações nacionais, como Bell Marques, Léo Santana, Wesley Safadão, Simone Mendes, Matheus Fernandes e Menos é Mais. A programação também destaca artistas locais, entre eles Balandauê, Ruth Sampaio e Jorjão. O repertório vai do axé ao forró, passando pelo sertanejo, samba, reggae e pop rock.
Além dos shows, a Copa Vela resgata sua origem com a tradicional competição náutica no balneário Prainha, nos dias 5 e 6 de setembro.
A iniciativa está em consonância com a Lei nº 10.436/2002, que reconhece a Libras como meio legal de comunicação no país, além da Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146/2015). Para a comunidade surda, ter acesso a um evento de grande porte em sua língua natural significa exercer a cidadania de forma plena.
Reconhecida por movimentar a economia local, a Copa Vela deve atrair milhares de visitantes. A adoção de recursos de acessibilidade pode ampliar esse impacto, fortalecendo a rede hoteleira, o comércio e os serviços da cidade. Ao completar duas décadas de tradição, a festa ganha um novo simbolismo: o de ser um espaço para todos.
