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Entretenimento

Carlinhos Maia é um erro, mas não errou só: sua festa de Natal é o símbolo da falta de humanidade no Brasil

Avatar De Chicosabetudo

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O ‘influencer’ Carlinhos Maia já se mostrou um erro e um equívoco dezenas de vezes desde que ganhou fama através do Instagram. Já teve situações de LGBTQIAfobia, depreciação de pessoas pobres e outras tantas humilhações em nome do ‘entretenimento’ em suas redes sociais. Neste final de semana deu mais um péssimo exemplo em meio a uma pandemia que já tirou a vida de mais de 180 mil brasileiros.

Fez um festão em Penedo, Alagoas, onde reuniu diversos famosos com shows, bebidas e muita aglomeração. O Natal da ‘covid’ promovido pelo influenciador, que tem mais de 21 milhões de seguidores somente no Instagram, aconteceu na cidade onde, até a última quinta-feira (17) segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (SEMS) da cidade, foram registrados 1.705 casos de covid-19 com 23 mortes.

Pelo visto são somente números que não impactam nem provocam nenhum tipo de reflexão para se decidir reunir pessoas em uma festa para celebrar. Uma curiosidade: comemoraram o que? Será que os likes pela festa valem mais do que as vidas das pessoas? É um desrespeito sem tamanho.

Carlinhos está sendo – com muita razão – questionado pela sua postura egoísta de realizar a festa. É um exemplo de sobreposição de interesses econômicos – a festa foi cheia de patrocinadores – em detrimento da saúde das pessoas. Errou e demonstrou falta de empatia e também senso equivocado de humanidade.

Mas ele não errou sozinho. Afinal, ele fez uma festa e as pessoas foram. Ele é o influencer anfitrião de uma horda de outros tantos ‘influencers’ que foram lá para ganhar seus cachês/visibilidade/likes.

Em vídeos publicados na internet, diversos convidados aparecem aglomerados e sem máscaras. Entre as celebridades no evento, estavam os ex-BBBs Pyong Lee e Gabi Martins, além do cantor Tierry e diversos humoristas baianos.  O que essas pessoas têm a dizer? Até onde se sabe ninguém foi obrigado a ir para lá se aglomerar. Devem explicações aos seus seguidores e às suas consciências!

Falta não somente empatia. Falta senso de humanidade a essas pessoas. E, infelizmente, elas não estão sozinhas. Há muitos Carlinhos Maia por aí fazendo pouco caso da vida alheia através de uma falsa sensação de que a covid está distante ou que é ‘só uma gripezinha’. Não, não é!

A pandemia não acabou e não dá para agir como ela tivesse acabado como bem destacou o ator Vitor diCastro, através do Instagram. “ESTOU CANSADO DEMAIS, antes eram as festas clandestinas, hoje tem milhares de stories e posts e sorrisos e 180 mil mortes”, escreveu. O ator seguiu com questionamentos: “Que influência é essa que ele faz promovendo uma festa com uma aglomeração tão grande, bebidas, shows com a pandemia a todo vapor???”

No Twitter, a revolta também está grande. Carlinhos é um dos assuntos mais comentados da rede social neste domingo. Sem citar o nome de Carlinhos Maia, Tatá Werneck pediu que as pessoas evitem festas. “Vamos ajudar o mundo fazendo a nossa parte! Não é momento para festas! Lição não aprendida, é lição repetida. Se não aprendermos com uma pandemia mundial, o que será preciso acontecer para termos responsabilidade coletiva?” questionou.

Acostumado a receber críticas o influencer, na última sexta-feira, já havia falado sobre a festa no Twitter e disse que tinha autorização da Secretaria de Saúde, além de número limite de pessoas e testes, dando a entender que os convidados seriam testados antes do acesso ao local. Nenhuma imagem comprovou o fato. Além disso, a testagem na hora – como é sabido – não significa que não há pessoas com a doença no período de encubação. Por isso os protocolos da Organização Mundial da Saúde indicam o uso de máscara e o distanciamento.

Essa semana eu estava refletindo que a pandemia é um teste para a nossa sociedade. No caso de Carlinhos Maia e seus convidados foram todos reprovados. Falta senso de humanidade. Os números e casos de mortes não chocam mais. Quem se aglomera em festas com tudo que estamos passando está pisoteando na cova das pessoas que já morrem a nos sentimentos das suas famílias. É um comportamento nefasto! Uma pena é o que essa reprovação pode provocar: a disseminação de mais casos, aumento da pandemia e, infelizmente, novas mortes. Péssima influência, péssima ação e péssimas pessoas. Melhorem – enquanto há tempo – ou não!

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