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Boninho enfrenta críticas por nova cobertura do Carnaval na Globo: influenciadores no lugar de jornalistas

Boninho enfrenta críticas sobre cobertura do Carnaval na Globo. Internautas e ex-repórter destacam falhas e falta de repórteres especializados.

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Carnaval

Na mais recente cobertura do Carnaval pela TV Globo, uma modificação na tradicional dinâmica de transmissão vem causando um revirar de plumas e paetês. A decisão de incorporar influenciadores digitais, relegando ao segundo plano o trabalho dos experientes jornalistas que normalmente reportam o evento, gerou um turbilhão de críticas e questionamentos por parte dos espectadores e profissionais da comunicação.

Boninho, figura icônica nos bastidores da emissora e responsável pela nova abordagem de cobertura, mantém-se resiliente diante da avalanche de comentários negativos, sublinhando sua satisfação com o resultado alcançado. De acordo com suas palavras à revista Veja, o diretor parece não se abalar: “Eu sou o diretor, estou amando tudo. Não estou nem aí para as críticas”.

Tal postura, contudo, não silenciou as vozes descontentes que inundaram as redes sociais, especialmente no X, onde usuários expressaram saudades dos já familiares rostos jornalísticos que, em anos anteriores, ofertaram informações técnicas e insights profundos sobre um dos maiores espetáculos da cultura brasileira. Uma telespectadora compartilhou sua frustração: “Ter tirado os jornalistas foi um erro. Fora o som que ficou ruim diversas vezes. Carnaval é um evento anual, economizar nele foi decepcionante”.

Do outro lado da trincheira, vozes como a de Cristina Serra, ex-repórter da TV Globo, reforçam o coro crítico. Serra lamentou tanto o manuseio das câmeras durante o desfile quanto a estratificação das entrevistas e comentários, que, em sua visão, desviaram o foco da essência e da riqueza cultural do Carnaval. “Péssima a cobertura da Globo na Sapucaí”, sentenciou, evidenciando um profundo descontentamento com a transformação do Carnaval em um ‘entretenimento ligeiro’, desprovido de um retrato fiel das nuances e complexidades dessa festa.

Este cenário reflete um dilema contemporâneo sobre o papel dos influenciadores digitais e a crescente digitalização das mídias tradicionais na cobertura de eventos de grande porte. Por um lado, a inclusão de vozes da nova geração pode trazer frescor e um novo ângulo de abordagem. Contudo, é imperativo questionar: até que ponto essa renovação compromete a profundidade e a qualidade do conteúdo jornalístico?

A experimentação de Boninho pode ser vista como uma tentativa de modernização e adaptação aos novos tempos, porém, o feedback do público sugere a necessidade de um equilíbrio mais afinado entre inovação e tradição. O Carnaval, com sua riqueza cultural, histórica e estética, demanda uma cobertura que consiga capturar sua essência, transmitindo-a de maneira íntegra e educativa para os lares brasileiros.

Fica, portanto, o convite à reflexão sobre como podemos, enquanto sociedade e audiência, contribuir e incentivar abordagens que honrem e celebrem a cultura em todas as suas formas, garantindo que a essência do Carnaval e de outras manifestações culturais não se perca em meio às transformações do cenário midiático.

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