A fachada da Basílica de São Pedro ganhou, temporariamente, uma imagem do Carlo Acutis enquanto o Vaticano se prepara para a missa de canonização marcada para o domingo (7). Foi um sinal visível de que a cerimônia está próxima — e também um convite para quem passa pela praça parar e prestar atenção.
Antes da cerimônia
Nos arredores, foram produzidos itens comemorativos: selos, carimbos e pastas que trazem uma foto de Acutis sorrindo com uma mochila durante uma subida ao Monte Subasio, na Itália. Essas peças serão vendidas nos correios da praça de São Pedro e em outras agências postais do Vaticano — lembranças voltadas tanto a fiéis quanto a colecionadores.
Quem será canonizado
Além de Acutis, também será elevado aos altares o italiano Pier Giorgio Frassati, conhecido por ajudar famílias carentes com doações de alimentos, roupas, lenha, carvão e móveis. Frassati morreu de meningite fulminante aos 24 anos, em 1925.
“Que setembro seja um mês de oração pelas crianças e jovens que voltam às aulas e por aqueles que cuidam da sua educação. Peçam por eles, pela intercessão dos Beatos, e em breve Santos, Pier Giorgio Frassati e Carlo Acutis, o dom de uma fé profunda em seu caminho de amadurecimento”, disse o papa Leão XIV na última missa dominical.
Quem foi Carlo Acutis
Carlo ganhou o apelido de “padroeiro da internet” depois de criar um site para documentar e divulgar milagres eucarísticos. Ele começou cedo: aos 11 anos pedia aos pais que o acompanhassem em viagens para coletar material que compilou ao longo de quatro anos antes de lançar a página. Carlo morreu aos 15 anos, em 2006, vítima de complicações de leucemia.
“Carlo era uma criança comum, como as outras, brincava, tinha amigos e ia à escola. Mas sua qualidade extraordinária foi o fato de que abriu a porta do coração para Jesus. Ele usou essa habilidade para espalhar a boa notícia, o Evangelho. Ele queria ajudar as pessoas a terem mais fé, a entender que existe uma vida após esta, que somos peregrinos neste mundo”, disse a mãe de Acutis, Antonia Salzano, à Reuters.
Milagres atribuídos
A canonização foi possibilitada pelo reconhecimento de um milagre atribuído à intercessão de Acutis: a jovem Valéria Valverde, da Costa Rica, sobreviveu a um grave acidente de bicicleta. Relatos apontam que a cura aconteceu dias depois de a mãe de Valéria rezar no túmulo de Acutis em Assis.
A beatificação anterior de Acutis já havia sido reconhecida após outro milagre: a cura do menino Matheus Vianna, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, em 2013. Na semana que antecedeu a canonização, a chamada Capela do Milagre organizou eventos, incluindo um quiz sobre a vida do beato.
Relíquias e programação
Como parte das celebrações, o pulôver azul de Acutis — considerado relíquia — foi levado pelo Corpo de Bombeiros até a Paróquia São Sebastião na noite de segunda-feira (1º), abrindo oficialmente a programação; mais de mil pessoas participaram da celebração. O pulôver foi enviado pela mãe do beato diretamente de Assis.
A missa solene de canonização ocorrerá no domingo (7) na Basílica de São Pedro. Os selos e demais itens comemorativos estarão à venda nos correios da praça de São Pedro e em outras agências postais do Vaticano, para quem quiser levar uma lembrança deste momento.