Uma baiana que passeava em um cruzeiro precisou ficar em quarentena dentro de um navio, na costa dos Estados Unidos, por causa da pandemia do Covid-19.
Camila Teles nasceu em Vitória da Conquista, cidade que fica no sudoeste do estado, e mora na Bulgária. Ela é diretora de vendas de obras de artes em cruzeiros pelo mundo.
“Estou aqui para dizer que, apesar de não ter tido casos no meu navio, vivenciei muito de perto e tenho amigos que passaram por situações não muito agradáveis durante esse período da pandemia”, disse Camila.
Segundo a vendedora de obras de artes em cruzeiros, os passageiros ficaram preocupados com a possibilidade de contaminação.
“A gente passou muito tempo em navegação, em quarentena, em grupo, e, em dias específicos, que parávamos nos portos, havia limites para repatriar tripulantes. Ser repatriada diante dessas circunstâncias me deixou em uma insegurança bem grande”, contou.
“Várias dúvidas dentro do navio, se seria melhor continuar no navio, mas a gente sabia do risco, se alguém do navio se infectasse ou já estivessem assintomáticos, e com aquele vírus que poderia se tornar um caos, um transtorno muito grande”.
Camila Teles também contou que o outro medo que ela e outros passageiros tinham era de ficarem nos Estados Unidos, país que já registrou muitas vítimas do Covid-19.
“O outro risco era sair e passar pelos aeroportos dos Estados Unidos, me expor em cidades que já tinha casos, como Nova York, que já tinha mais de 25 mil casos. O problema é real, o problema é muito real, esses números que estão chegando aqui são números reais, são vidas, são pessoas como a gente”, contou Camila.
“Vamos tentar se colocar no lugar dessa família, vamos tentar fazer esse momento de pensar em soluções que sejam práticas, mas que, ao mesmo tempo, respeitem o nosso vizinho, o nosso colega de trabalho, os nossos amigos, os nossos familiares, vamos ficar em casa”, pediu.
