Na noite de sexta-feira (12), a xAI, empresa de Elon Musk, demitiu cerca de 500 anotadores de dados. Os contratos foram encerrados com efeito imediato, o acesso a sistemas internos foi bloqueado e as pessoas desligadas receberam pagamento até o fim do contrato ou até 30 de novembro.
Segundo e-mails internos vistos pela Business Insider, a decisão veio após testes que reavaliaram funções dentro da equipe. Vários líderes do grupo também tiveram contas desativadas no Slack, indicando mudanças na gestão.
Impacto no time
O corte atingiu cerca de um terço da maior equipe da empresa, responsável por tarefas básicas no desenvolvimento do chatbot Grok. Trabalhadores foram chamados para reuniões individuais e submetidos a provas de conhecimento — critérios usados para decidir quem permanecia.
Nova direção: tutores especializados
A justificativa da companhia foi transformar o modelo de trabalho: substituir anotadores generalistas por tutores especializados de IA. A ideia é treinar o sistema com orientações mais específicas para acelerar o desenvolvimento e tornar o Grok mais confiável e versátil.
A xAI anunciou a intenção de ampliar em dez vezes a equipe de tutores e disse buscar profissionais com formação ou experiência em áreas técnicas e científicas. Entre as áreas citadas estão:
- Ciência
- Tecnologia
- Finanças
- Medicina
- Segurança
A empresa descreve um tutor especializado como alguém que foca em treinar a IA num domínio específico, oferecendo exemplos e explicações detalhadas para melhorar a precisão em temas complexos — um papel mais profundo e técnico do que o dos anotadores desligados.
Em outras palavras, é como trocar uma caixa de ferramentas genérica por um kit com instrumentos feitos para tarefas específicas: a aposta é que isso deixe o modelo melhor em assuntos mais complicados.
Nas redes, a xAI confirmou que esses novos cargos terão papel central na evolução do Grok. O anúncio foi apresentado como o próximo passo após os cortes e a reavaliação interna de funções.
Resta a pergunta: essa mudança de enfoque, de mãos mais generalistas para especialistas mais técnicos, será suficiente para tornar o Grok mais preciso em temas de maior complexidade? A companhia aposta que sim, ao afirmar que treina a IA “em busca da verdade”.