Na noite de terça-feira (28), quem ergueu os olhos e usou binóculos ou um pequeno telescópio teve uma surpresa bonita: um grande X apareceu na superfície da Lua — o chamado X Lunar ou X de Werner. Segundo o site Space.com, o fenômeno ficou visível por volta das 19h, quando a Lua estava pouco mais de 20 graus acima do horizonte sul; a fase naquele momento era o primeiro quarto, que começou às 13h21 (horário de Brasília).
O que causou o X
O X surgiu junto ao terminador, a linha que separa a parte iluminada da que ainda fica em sombra. O contraste entre luz e sombra acentuou relevos e relembrou que, às vezes, a luz certa revela formas inesperadas.
Quer saber por que parece um ‘X’? É só a luz do Sol incidindo sobre cristas e bordas de crateras específicas: Blanchinus, La Caille e Purbach, todas situadas cerca de 25 graus ao sul do equador lunar. À medida que o Sol iluminou áreas vizinhas, outras figuras apareceram — por exemplo, um “V” criado pela cratera Ukert, menos de 10 graus acima da linha equatorial, à esquerda do Mare Tranquillitatis (Mar da Tranquilidade).
Uma maneira prática de imaginar alturas no céu: o punho fechado com o braço estendido mede aproximadamente 10 graus. Isso ajuda a estimar a altitude da Lua sem precisar de instrumentos.
O X Lunar não é um evento único. Como é um efeito geométrico da iluminação solar sobre cristas e crateras, ele tende a se repetir mensalmente durante o crescimento, no primeiro quarto da Lua.
Encontros com os planetas
No mês seguinte, a Lua iniciou novembro cruzando perto de Saturno. Na conjunção registrada no domingo (2) às 7h56, o satélite passou pouco mais de 3º ao norte do planeta. De São Paulo, o par ficou visível a partir das 18h50, quando estava cerca de 52° acima do horizonte nordeste; subiu até 70° às 21h03 e deixou de ser observado por volta das 2h20 da madrugada.
Na mesma sequência mensal, a Lua passou por Júpiter no dia 10, por Marte no dia 21 e reencontrou Saturno no dia 29. Na conjunção com Saturno, a Lua tinha magnitude aparente de -12,6 e Saturno de 0,7. Apesar de ambos serem visíveis a olho nu, não couberam no campo de visão de um único telescópio ou par de binóculos.
Esses encontros acontecem porque a órbita da Lua fica aproximadamente no mesmo plano em que os planetas giram em torno do Sol — o chamado plano da eclíptica — o que gera alinhamentos regulares vistos da Terra. Em resumo: basta olhar no momento certo e, às vezes, o céu oferece um show simples e inesperado para quem estiver atento.

