As redes sem fio deixaram de ser definidas só pela velocidade máxima teórica. Hoje, o que conta muito é a estabilidade e como a rede se comporta quando há muita gente conectada ao mesmo tempo. Em São Paulo, fabricantes e especialistas resumiram bem esse movimento: o Wi‑Fi 7 já está disponível comercialmente e o Wi‑Fi 8 (padronizado como IEEE 802.11bn) foi previsto para chegar por volta de 2028, com foco grande em confiabilidade e menor latência.
O que trouxe o Wi‑Fi 7
O Wi‑Fi 7 foi mais sobre capacidade imediata do que sobre promessas futuristas. Entre as novidades técnicas estão suporte a canais de até 320 MHz, modulação 4096‑QAM, operação em várias bandas (2,4 GHz, 5 GHz e 6 GHz) e a tecnologia Multi‑Link Operation (MLO), que permite usar dois ou mais links ao mesmo tempo. Na prática, isso se traduz em mais dispositivos atendidos ao mesmo tempo, latência menor na comparação relativa e melhor experiência em aplicações pesadas, como streaming em 4K ou 8K e jogos online.
E o Wi‑Fi 8?
O Wi‑Fi 8 veio com um objetivo diferente: a chamada Ultra High Reliability (UHR). Ao contrário do salto de recursos do Wi‑Fi 7, o Wi‑Fi 8 não prometeu um aumento dramático da velocidade teórica — manteve‑se em torno de 23 Gbps — e concentrou‑se em reduzir perda de pacotes, diminuir latência em cenários reais e melhorar a performance em ambientes com muita interferência. Recursos como coordenação entre múltiplos pontos de acesso, beamforming coordenado e spatial reuse ganharam destaque; ondas milimétricas (mmWave) foram previstas como opção para enlaces de curta distância em casos específicos.
Mas isso significa que você precisa trocar tudo agora? Nem sempre. A escolha depende do uso, do custo e do ambiente onde a rede opera.
Quando considerar a troca
- Atualizar para Wi‑Fi 7: recomendado se você tem conexão de internet de alta capacidade (por exemplo, acima de 1 Gbps), muitos dispositivos na mesma rede ou problemas de latência e instabilidade que atrapalham o dia a dia.
- Aguardar o Wi‑Fi 8: uma estratégia razoável quando a rede atual já atende bem, a renovação sai muito cara ou o foco é implantação corporativa/industrial que prioriza estabilidade, roaming e eficiência.
No Brasil, a liberação da faixa de 6 GHz e os custos iniciais foram apontados como fatores para uma transição gradual: primeiro em nichos profissionais e, com o tempo, uma difusão maior para residências conforme os preços e a compatibilidade evoluírem.
Resumindo: o Wi‑Fi 7 trouxe melhorias perceptíveis e já faz diferença em residências e pequenas empresas; o Wi‑Fi 8 surge como a etapa de maturação — voltada a tornar as conexões mais confiáveis e eficazes em cenários densos e críticos.

 
			
 
		 
		 
		 
 
			 
		 
		 
		 
		 
		 
		 
		 
		 
		 
		 
		