Você já ouviu falar dos vórtices aquáticos? Esses gigantescos redemoinhos oceânicos, invisíveis a olho nu, são verdadeiros fenômenos da natureza, com um comportamento que lembra até os buracos negros do espaço.
Assim como os buracos negros, os vórtices aquáticos têm uma estrutura densa e fechada, onde quase nada que entra consegue sair. Eles giram em torno de um centro, isolando e carregando tudo o que está dentro por longas distâncias.
Esses “táxis aquáticos”, como também são chamados, são super importantes para o funcionamento dos oceanos. Eles levam nutrientes e carbono, além de influenciarem a temperatura da água em diferentes profundidades.
Os vórtices aquáticos são como massas de água circulares que se soltam das correntes oceânicas e começam a girar sozinhas. Eles podem ter de poucos quilômetros até mais de 100 km de diâmetro e durar semanas ou até anos.
Dentro deles, a água fica bem estável, o que ajuda a proliferar microorganismos como o fitoplâncton e bactérias. Esses organismos viajam com o vórtice, levando nutrientes e até poluentes de um lugar para outro.
Os vórtices nascem quando as correntes maiores se desprendem, como a Corrente do Golfo. Isso pode acontecer por causa de mudanças na temperatura e salinidade da água, ou pela ação do vento e da rotação da Terra.
Existem dois tipos principais de vórtices: os anticiclônicos, que giram em um sentido e geralmente carregam água mais quente, e os ciclônicos, que giram no sentido contrário e trazem águas frias das profundezas para a superfície.
Apesar de Benjamin Franklin ter feito a primeira representação de uma corrente oceânica em 1769, os cientistas só foram perceber a existência dos vórtices no século XX. Hoje, com a ajuda de satélites, é possível observar milhares deles ao redor do mundo.
A comparação com os buracos negros surgiu porque os matemáticos descobriram que os dois sistemas se comportam de forma parecida. Ambos formam estruturas fechadas, onde tudo o que entra fica preso por um tempo.
Os vórtices aquáticos têm um papel fundamental nos ecossistemas marinhos e no clima global. Eles transportam toneladas de carbono e lipídios, que são essenciais para a cadeia alimentar marinha.
Além disso, eles estão ligados a ondas de calor e frio submarinas, intensificando eventos térmicos extremos em regiões como a Corrente do Brasil, o Golfo do México e o Atlântico Sul.
Sim, existem vórtices oceânicos associados à Corrente do Brasil e à Confluência Brasil-Malvinas, no Oceano Atlântico Sul. Eles são monitorados por satélites e boias, e sua presença já foi associada a mudanças na distribuição de peixes e no espalhamento de manchas de óleo.