Uma inovação desenvolvida na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) apresenta um novo caminho para o combate ao Aedes aegypti, mosquito vetor da dengue, zika e chikungunya. Trata-se de uma partícula biodegradável com capacidade de eliminar a totalidade das larvas do inseto em até 48 horas, oferecendo uma nova ferramenta em meio a um cenário de mais de um milhão de casos de dengue no Brasil em 2025.
Apesar de uma redução de 76% nos novos casos de dengue no primeiro semestre de 2025 em comparação com o mesmo período do ano anterior, o Brasil registrou 1,49 milhão de infecções confirmadas e 1.442 mortes até 28 de junho, conforme dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde. Em 2024, o país atingiu um recorde histórico de casos e óbitos pela doença.
Detalhes da Inovação
A tecnologia da Unicamp consiste em uma matriz de amido que encapsula óleo essencial de tomilho, substância reconhecida por sua potente ação larvicida. O método de ação da partícula é otimizado para a vulnerabilidade das larvas:
- Um único grão do composto pode tratar até 100 ml de água.
- Ao entrar em contato com a água, a partícula a absorve, expande seu volume e libera o princípio ativo de forma gradual.
Pesquisadores envolvidos no desenvolvimento afirmam que a inovação possui características importantes para sua aplicabilidade em larga escala. A partícula é resistente a ciclos de seca e chuva, o que a torna robusta para diferentes condições ambientais, e pode ser reutilizada por até cinco vezes.
Segurança e Expectativas Futuras
Além de sua eficácia, a tecnologia da Unicamp se destaca pela segurança. Os desenvolvedores asseguram que o produto não é tóxico em caso de ingestão acidental por crianças ou animais, um diferencial importante em comparação com outros métodos de controle. A performance do novo composto supera a de agentes biológicos atualmente empregados no combate às larvas do mosquito.
Os testes laboratoriais da partícula já foram encaminhados para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A expectativa é que a liberação para uso da tecnologia ocorra até o final de 2025. Com a aprovação, a iniciativa visa não apenas reduzir os casos de dengue, mas também as infecções por zika e chikungunya, doenças transmitidas pelo mesmo vetor.