A Uber anunciou um piloto no Brasil que permite às passageiras solicitar viagens com motoristas do sexo feminino em sete cidades, com conexão prevista também para a Bahia. A ideia é oferecer opções diferentes para atender necessidades variadas das usuárias.
Como funciona na prática
As funcionalidades serão testadas gradualmente e estão organizadas em três formatos:
- Reserve Mulheres Motoristas: ao agendar uma viagem pelo Uber Reserve — serviço que exige antecedência mínima de 30 minutos — a usuária pode selecionar motorista mulher. Essa opção estará disponível em Piracicaba (SP), Uberlândia (MG), Curitiba (PR), Campinas (SP), São José dos Campos (SP), Ribeirão Preto (SP) e Campo Grande (MS).
- Preferência das Mulheres: uma configuração em Perfil > Preferências de Viagem que prioriza motoristas mulheres nas solicitações de UberX. Não há garantia se a oferta regional for insuficiente — nesse caso, se o tempo de espera ficar alto, o aplicativo redireciona automaticamente para o motorista mais próximo. Disponível nas mesmas cidades listadas acima.
- Mulheres Motoristas: botão na tela inicial para solicitações imediatas que tenta parear a usuária com uma motorista mulher. Se o tempo de espera for longo, o app pergunta se a usuária prefere continuar aguardando ou aceitar o motorista mais próximo. Esse formato começou inicialmente em Piracicaba (SP).
Até então, apenas as motoristas podiam configurar o app para receber solicitações exclusivamente de usuárias por meio da modalidade U‑Elas, implementada em 2019.
A empresa também testou recursos semelhantes nos Estados Unidos em julho, em cidades como Los Angeles, São Francisco (Califórnia) e Detroit (Michigan), antes de trazer as novidades ao Brasil.
Silvia Penna, diretora‑geral da Uber no Brasil, afirmou que esse recurso “coroa nossos esforços e demonstra que estamos indo além para proporcionar mais tranquilidade às usuárias. Sabemos que segurança é um trabalho que nunca termina, mas temos um compromisso com as mulheres e vamos continuar investindo em ferramentas de segurança como um todo e em conteúdos educativos para os nossos parceiros e usuários homens”.
A Uber informou que a base de motoristas parceiras ainda está em construção: mulheres representam 8% do total de condutores cadastrados na plataforma, apesar de um crescimento de 160% nos últimos anos.
Estudos citados pela companhia apontam níveis elevados de violência e assédio no deslocamento urbano: 81% das mulheres já sofreram algum tipo de violência enquanto se deslocavam, 69% relataram olhares insistentes ou cantadas inconvenientes e 35% declararam ter sofrido importunação ou assédio sexual. Os dados foram coletados pelos institutos Locomotiva e Patrícia Galvão, com apoio técnico da ONU Mulheres e da Uber.
Em caso de risco, mulheres podem acionar a Central de Atendimento à Mulher pelo telefone público e gratuito 180, que funciona 24 horas; há também atendimento via WhatsApp no número (61) 9610-0180.
O piloto será acompanhado pela Uber e pode ser ampliado conforme a disponibilidade de motoristas parceiras nas regiões envolvidas, segundo a empresa.

