O presidente Donald Trump decidiu retirar a indicação de Jared Isaacman para o comando da NASA. O bilionário tem fortes laços com Elon Musk. A notícia veio logo após Musk deixar seu posto no governo dos EUA e foi divulgada no sábado (31) pelo site Semafor, com confirmação da Casa Branca. A decisão surpreendeu muitos, pois a aprovação da nomeação pelo Congresso parecia certa.
Quem é Jared Isaacman? Ele é um conhecido empresário da área de tecnologia, fundador da empresa de pagamentos Shift4. Isaacman também é famoso por ter financiado e liderado duas missões espaciais privadas em parceria com a SpaceX, a empresa de Elon Musk. Essa ligação próxima entre os dois levantou preocupações sobre possíveis conflitos de interesse no futuro comando da NASA.
Apesar das ligações, Isaacman sempre defendeu sua independência. Em uma audiência no Senado em abril, ele garantiu que sua relação com Musk era estritamente profissional. O empresário reforçou que agiria de forma totalmente autônoma caso fosse confirmado como chefe da agência espacial. No entanto, a proximidade com Musk continuava a gerar desconforto entre alguns parlamentares e membros da Casa Branca.
O perfil ideal para a NASA na era Trump
A retirada da nomeação de Isaacman aconteceu um dia depois que Elon Musk encerrou oficialmente sua função como “funcionário especial” no governo. Por cerca de quatro meses, Musk atuou no Departamento de Eficiência Governamental, focado em cortar custos e simplificar processos. Ao sair, ele fez questão de dizer que continuaria próximo de Trump, como conselheiro e amigo.
Para a Casa Branca, o próximo líder da NASA precisa estar em completa sintonia com a agenda “America First” do presidente Trump. “O administrador da NASA ajudará a levar a humanidade ao espaço e executar a ousada missão do presidente Trump de plantar a bandeira americana em Marte”, afirmou a porta-voz Liz Huston. A busca agora é por alguém que represente essa visão.
Essa decisão sobre o comando da NASA surge em um momento crucial para a agência. Junto com o anúncio, foi divulgada a proposta de orçamento para 2026, que prevê um corte significativo. O valor cairia de US$ 24,8 bilhões para US$ 18,8 bilhões. As áreas científicas da NASA seriam as mais atingidas, podendo perder quase metade de seus recursos atuais.
Especialistas alertam para as consequências dessa redução drástica. Se o corte for aprovado, a NASA pode ter que demitir cerca de um terço de seus funcionários. Missões científicas importantes, como a sonda Juno em Júpiter e a New Horizons que explorou Plutão, correm sério risco de serem canceladas. Essas perdas podem representar anos de atraso no avanço da exploração espacial dos Estados Unidos.