Um novo satélite de observação terrestre, o NISAR, desenvolvido em uma colaboração entre a agência espacial norte-americana (NASA) e a indiana (ISRO), está previsto para ser lançado nesta quarta-feira, dia 18 de junho. A decolagem ocorrerá no Centro Espacial Satish Dhawan, na Índia, marcando o início de uma missão projetada para monitorar o planeta com uma precisão sem precedentes, beneficiando diversas áreas como agricultura e resposta a desastres.
Com aproximadamente três toneladas de peso e uma antena de radar de 12 metros, o NISAR – sigla para Radar de Abertura Sintética NASA-ISRO – foi concebido para coletar dados detalhados da superfície da Terra, incluindo solos, florestas e corpos d’água. O projeto, que custou cerca de US$ 1,5 bilhão, visa disponibilizar informações de forma gratuita e acessível a cientistas, produtores rurais e equipes de emergência.
Tecnologia de observação noturna
Diferentemente de satélites tradicionais que dependem da luz solar, o NISAR emprega a tecnologia de radar de abertura sintética (SAR). Este método permite ao equipamento emitir seus próprios sinais de radar e analisar o retorno, possibilitando o mapeamento do planeta dia e noite, independentemente das condições climáticas. Os sinais de radar têm a capacidade de atravessar nuvens, fumaça e até densas vegetações, o que é vital em situações de emergência como enchentes ou incêndios florestais.
O satélite promete identificar alterações mínimas, na ordem de milímetros, em características como umidade do solo, nível de alagamentos e o armazenamento de carbono em florestas. Essa capacidade aprimorada supera a de modelos anteriores com radar duplo, permitindo uma cobertura mais eficaz de regiões remotas e áreas cobertas por gelo. O desenvolvimento do NISAR levou mais de uma década e representa um dos projetos de observação terrestre de maior custo na história espacial.
Aplicações e benefícios globais
Os dados coletados pelo NISAR terão ampla aplicação. Na agricultura, a medição da umidade do solo com alta resolução facilitará a gestão hídrica e a otimização da produção. Para o estudo das mudanças climáticas, o satélite será crucial no monitoramento da biomassa florestal e dos estoques de carbono. Além disso, a precisão milimétrica na detecção de movimentos da superfície terrestre auxiliará na avaliação de riscos geológicos, como terremotos e deslizamentos, e na resposta rápida a desastres.
A missão do NISAR também incluirá o acompanhamento do avanço das geleiras, a identificação de erosão costeira e a detecção de vazamentos de óleo no oceano. A expectativa é que a iniciativa conjunta entre NASA e ISRO forneça uma base de dados robusta e contínua, impulsionando avanços significativos na compreensão e proteção do meio ambiente global.