A Guarda Costeira dos Estados Unidos divulgou nesta terça-feira (5) o relatório final da investigação sobre a implosão do submarino Titan, ocorrida há mais de dois anos. O documento indica que a tragédia, que resultou na morte de cinco pessoas, poderia ter sido evitada. As conclusões da investigação estão em conformidade com depoimentos de ex-funcionários da OceanGate, empresa responsável pela embarcação, que já haviam apontado em audiência pública as deficiências estruturais e a negligência da gestão.
Falhas Estruturais e de Segurança
O relatório destaca que o projeto do submersível foi considerado inadequado e que a OceanGate apresentou “graves falhas” em seus protocolos de segurança. A perda de integridade estrutural do casco de fibra de carbono foi a causa direta da implosão do Titan, conforme apontado pelas autoridades norte-americanas.
A investigação revelou que, durante anos que antecederam o incidente, a empresa utilizou táticas de intimidação e a justificativa de realizar operações científicas para evitar a devida fiscalização. Essa conduta permitiu que a embarcação continuasse operando em grandes profundidades, apesar dos riscos conhecidos.
As autoridades dos Estados Unidos também identificaram deficiências nos processos de certificação, manutenção e inspeção do submarino, além de uma “cultura de trabalho tóxica” dentro da OceanGate. O projeto e os testes do Titan não seguiram princípios básicos de engenharia. Foi constatado ainda que a empresa não realizou estudos para determinar a vida útil do casco do submarino nem implementou revisões e manutenções preventivas adequadas. Os proprietários confiaram excessivamente em um sistema de monitoramento em tempo real, mas falharam em analisar corretamente os dados fornecidos.
Cronologia da Tragédia
O submarino Titan, operado pela OceanGate, implodiu em 18 de junho de 2023, enquanto se dirigia aos destroços do Titanic, a aproximadamente 4 mil metros de profundidade no Oceano Atlântico. Cinco tripulantes estavam a bordo e morreram no acidente. O contato com a embarcação foi perdido cerca de 1 hora e 45 minutos após o início da descida. Os destroços do submersível foram localizados pela Guarda Costeira dos EUA quatro dias após o desaparecimento, confirmando a implosão a cerca de 3.800 metros de profundidade, causada por uma perda de pressão na cabine. O Titan era um submersível de pesquisa para cinco pessoas, concebido para expedições em águas profundas com o propósito de investigar e registrar o naufrágio do Titanic.
A implosão do Titan representou o primeiro grande acidente envolvendo um submarino turístico em mais de duas décadas, provocando uma análise aprofundada sobre os perigos e desafios da exploração submarina em grandes profundidades.