O consumo diário de apenas uma lata de refrigerante sem açúcar, conhecido como diet ou zero, pode aumentar em 38% o risco de desenvolver diabetes do tipo 2. A revelação é resultado de uma pesquisa abrangente conduzida pela Monash University, localizada na Austrália, e divulgada nesta quarta-feira (30).
Impacto no Metabolismo
O estudo australiano, publicado na renomada revista científica Diabetes and Metabolism, envolveu a análise de dados de aproximadamente 36 mil adultos ao longo de um período de quase 14 anos. O objetivo central da investigação foi comparar os efeitos na saúde de bebidas adoçadas com açúcar, como os refrigerantes tradicionais, e aquelas que utilizam adoçantes artificiais ou naturais, as versões diet.
Os achados da pesquisa indicam que a associação entre bebidas adoçadas e o desenvolvimento de diabetes pode ser atribuída, em grande parte, à obesidade. Contudo, a conexão entre os produtos que contêm adoçantes artificiais e a enfermidade possivelmente decorre de um impacto direto desses componentes no metabolismo humano.
Diferenças no Risco
Os pesquisadores da Monash University identificaram que, para indivíduos que ingeriram a mesma quantidade de refrigerante tradicional, o risco de desenvolver diabetes tipo 2 foi 23% maior. Esse dado contrasta com o aumento de 38% observado no grupo que consumiu as versões diet ou zero, destacando um risco superior associado às bebidas sem açúcar.
Apesar da necessidade de estudos adicionais para compreender integralmente os mecanismos biológicos envolvidos na ingestão de refrigerantes diet, a equipe de cientistas sugere a implementação de tributos mais elevados sobre esses produtos. Além disso, os pesquisadores enfatizam a importância de informar claramente os consumidores sobre o perfil não saudável dessas bebidas, desmistificando a ideia de que seriam uma alternativa inofensiva ou mais benéfica à saúde.