Reestruturação na Americanas Ame: Demissões em massa marcam nova fase

A Ame, fintech de propriedade da Americanas, tem realizado uma série de demissões desde a última segunda-feira (8), conforme relatos de funcionários. A empresa confirmou os desligamentos, mas não especificou o número total de profissionais afetados. Acredita-se que, até agora, cerca de 97 funcionários foram dispensados, com 20 deles apenas na quinta-feira (11).

Esta onda de demissões também se estende às afiliadas Bit Capital e Nexoos Tec. Atualmente, a Ame emprega cerca de 900 pessoas, de acordo com dados do LinkedIn. A fintech faz parte do grupo de empresas controladas pela Americanas S.A., que também inclui as Lojas Americanas e a B2W – proprietária da Americanas.com, Shoptime e Submarino.

Em comunicado, a Americanas indicou que as demissões fazem parte de um plano maior de reestruturação e transformação da empresa, visando simplificar as estruturas operacionais e aumentar a eficiência. A medida está sendo tomada em resposta ao atual ambiente macroeconômico, com foco na saúde financeira da empresa.

A Ame e suas empresas afiliadas têm sofrido com uma série de desafios financeiros recentemente. A Americanas S.A. está em processo de recuperação judicial desde janeiro deste ano, e em abril, acordou com seus credores a suspensão temporária de um litígio em andamento.

As dificuldades financeiras da empresa surgiram após o anúncio de uma dívida de aproximadamente R$ 20 bilhões em janeiro, o que resultou em uma queda acentuada no valor de mercado da empresa. As ações da Americanas S.A., que antes eram negociadas na casa dos R$ 10, atualmente são vendidas por cerca de R$ 1.

Apesar dos desafios, João Guerra, diretor-presidente da Americanas S.A., assegurou em janeiro que a empresa continua comprometida com a manutenção da liquidez necessária para o funcionamento de todas as suas lojas, o canal digital e a Ame. A companhia também reiterou o compromisso de cumprir todas as obrigações trabalhistas de acordo com a legislação vigente, enfatizando a transparência em suas relações com sindicatos.