De acordo com dados recentes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), os alertas de desmatamento na Amazônia tiveram uma significativa queda de 67,9% em abril deste ano em comparação ao mesmo período de 2022. O mês registrou 329 quilômetros quadrados com indícios de desmatamento – a menor taxa dos últimos três anos, segundo o Greenpeace.
No mesmo mês do ano anterior, os alertas ultrapassaram mil quilômetros quadrados, de acordo com a organização ambientalista. Em comparação com os primeiros meses de 2023, quando os alertas somaram 489 quilômetros quadrados, a queda é notável.
Os estados que lideraram em registros de desmatamento em abril foram o Amazonas, Pará e Mato Grosso. Entretanto, apesar desses números expressivos, especialistas advertem que ainda é cedo para afirmar uma tendência de redução no desmatamento da floresta tropical.
Entre os fatores que podem ter contribuído para a queda, aponta-se ações governamentais, como o combate ao garimpo ilegal e à exploração de madeira, além do aumento da fiscalização com aplicação de multas e embargo de áreas. A cobertura de nuvens também é um fator a ser considerado.
Rômulo Batista, porta-voz da Amazônia do Greenpeace Brasil, enfatizou a importância de um trabalho integrado entre vários órgãos, promovendo inovações tecnológicas e legais para combater a destruição da floresta, que hoje é facilitada por meios tecnológicos avançados. Batista também mencionou a necessidade de fiscalizar as instituições financeiras que contribuem para o aumento do desmatamento.
Desde 2004, o Inpe utiliza o Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) para fornecer um levantamento rápido de alertas que indicam mudanças na cobertura florestal na Amazônia, através de imagens de satélite. O objetivo é apontar onde está ocorrendo o desmatamento para apoiar os agentes de fiscalização.
Apesar dos números positivos recentes, o cenário ainda exige muita atenção. O desmatamento na Amazônia é uma questão urgente e que requer ações efetivas e duradouras para sua solução.
