A cerveja voltou a subir de preço no Brasil após reajustes anunciados pelas fabricantes Heineken e Ambev, com impactos já percebidos tanto no varejo quanto em bares e restaurantes, segundo levantamento do Bank of America repercutido pela imprensa. O movimento elevou a inflação setorial e provocou mudanças na disputa entre marcas premium e de maior volume.
De acordo com o monitoramento do BofA, entre junho e agosto houve aumentos médios que chegaram a cerca de 6% em parte das marcas da Heineken. A Ambev, por sua vez, aplicou reajustes na casa de 3,3% em suas principais marcas no mesmo período. Levantamentos destacam variações por produto: a Devassa teve saltos reportados entre 20% e 24% nas apurações, enquanto Amstel e Budweiser também registraram altas percentuais em trechos analisados.
A inflação da cerveja apresentou aceleração em julho, para cerca de 0,29% ao mês, segundo as matérias que citam o BofA, acima da inflação geral do período. O efeito foi distinto entre canais de venda: o off‑trade (supermercados e comércio) mostrou alta mais marcante — perto de 0,45% — enquanto o on‑trade (bares e restaurantes) teve variação menor, em torno de 0,06%.
O relatório do Bank of America acompanha diariamente mais de 1.500 amostras de preços para cada uma das 19 marcas monitoradas, em diferentes pontos de venda — incluindo supermercados, atacadistas, comércios independentes e estabelecimentos de alimentação. Essa amostragem permitiu detectar reajustes por marca e canal, comunicam os veículos que repercutiram o estudo.
Representantes das empresas foram procurados pelas redações: a Heineken informou que não comenta estratégia de preço, e a Ambev declarou que não pode comentar guidance por ser companhia de capital aberto — posicionamentos citados nas reportagens que divulgaram os dados do BofA.
Analistas financeiros apontam que mudanças de preço podem alterar a competitividade entre marcas, favorecendo aquelas com posicionamento de preço mais atrativo, segundo as matérias. Em paralelo, relacionamentos comerciais com distribuidores e políticas promocionais em pontos de venda podem modular quanto do aumento chega ao consumidor final.
Para o consumidor, o impacto varia conforme a marca e o canal de compra; marcas premium e lançamentos podem apresentar reajustes percentualmente maiores, enquanto marcas de maior volume tendem a ajustes mais moderados, conforme as apurações do BofA divulgadas pela imprensa.