Quem nunca sentiu o coração disparar diante de uma situação de nervosismo ou ao encontrar alguém especial? Essa reação, comum em muitas pessoas, não é por acaso. Ela demonstra a forte ligação entre nossas emoções e o funcionamento do nosso sistema cardiovascular.
Entender por que isso acontece revela uma complexa interação que envolve nosso cérebro, o sistema nervoso e, claro, o coração.
Quando as emoções bagunçam o ritmo cardíaco
Nossas emoções podem influenciar diretamente a forma como o coração bate. Sentimentos como raiva, tristeza ou ansiedade, por exemplo, são capazes de alterar o ritmo normal, tanto acelerando quanto desacelerando. Médicos se referem a esse fenômeno como arritmia emocional.
Curiosamente, tentar esconder ou controlar demais o que sentimos pode ser prejudicial. Esse esforço psicológico gera um estresse contínuo, que acaba sobrecarregando o coração. O estresse é, de fato, um dos grandes vilões por trás das arritmias, elevando substâncias como a adrenalina, que aumentam a pressão e aceleram os batimentos.
Afinal, o que é arritmia cardíaca?
Arritmia cardíaca é o nome dado a qualquer irregularidade no ritmo dos batimentos do coração. Se ele bate rápido demais, chamamos de taquicardia; se bate muito lento, é bradicardia. Também pode se apresentar como batidas fora do ritmo ou desconfortáveis.
Como identificar se você está tendo uma arritmia? Fique atento a sintomas como palpitações, tontura, desmaios, sensação de falta de ar e dor no peito. Eles podem ser sinais de alerta.
É ansiedade ou arritmia no coração acelerado?
Nem sempre um coração acelerado significa um problema cardíaco. Muitas vezes, a causa pode ser uma crise de ansiedade. Segundo especialistas, a ansiedade provoca sintomas parecidos, como suores e taquicardia, mas geralmente vem acompanhada de tensão nos músculos, tremores e aquela sensação de algo preso na garganta.
A arritmia, por outro lado, pode surgir de repente e continuar, mesmo quando você está em repouso. Se os sintomas de aceleração ou irregularidade se repetem ou causam grande desconforto, buscar avaliação médica é fundamental. Exames simples como o eletrocardiograma ou monitoramentos mais longos, como o Holter 24h, ajudam a diferenciar uma causa emocional de um problema no coração.
E a paixão? Por que o coração dispara?
Assim como o nervosismo, a paixão também faz o coração acelerar, mas por caminhos diferentes. Quando a gente se apaixona, o cérebro entra em ação e libera um verdadeiro coquetel de substâncias químicas. Quais são elas?
- Dopamina, que nos dá prazer e recompensa;
- Endorfina, que promove a sensação de bem-estar;
- Oxitocina, o famoso “hormônio do amor”, que fortalece laços;
- Adrenalina e noradrenalina, que causam aquela aceleração no peito.
Essa mistura de hormônios explica por que algumas pessoas vivem a paixão de forma mais intensa. Quem tende a ser mais racional pode ativar menos as áreas do cérebro ligadas às emoções, sentindo menos essa montanha-russa química.
A ciência por trás do coração apaixonado
Quando a atração é forte, o sistema nervoso simpático é ativado. Essa ativação libera adrenalina e noradrenalina, hormônios que aumentam a frequência cardíaca e a pressão. É uma preparação do corpo, quase como um estado de alerta, mas cheio de energia e excitação.
Nesses momentos de forte atração, o coração pode chegar a bater até 150 vezes por minuto! Isso pode vir acompanhado de outros sinais, como respiração ofegante, sensação de calor, formigamento, suor em excesso e até perda de apetite ou dificuldade para dormir.
Quando acender o sinal de alerta?
Sentir o coração acelerado por causa do nervosismo ou da paixão é, na maioria das vezes, algo normal e sem riscos. No entanto, é importante estar atento a alguns sinais que indicam a necessidade de procurar um médico:
- Palpitações que duram muito tempo;
- Sensação de dor no peito;
- Tonturas ou desmaios frequentes;
- Dificuldade para respirar de forma intensa.
Se qualquer um desses sintomas for persistente ou causar grande preocupação, buscar uma avaliação médica é a melhor conduta para verificar a saúde do coração.