Uma pesquisa da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), divulgada pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Ciências de Alimentos, encontrou bactérias perigosas em todas as amostras de tilápia analisadas nas feiras livres de Itapetinga (BA).
Foram identificadas Salmonella, Escherichia coli e Staphylococcus nos peixes examinados. Ícaro Bastos, mestrando e um dos autores do estudo, alertou que a presença de Salmonella é um sinal de alerta para a saúde pública local.
Segundo o pesquisador, a presença de Salmonella aumenta o risco de infecções intestinais graves e o simples cozimento não foi suficiente para eliminar todas as toxinas e esporos produzidos pelas bactérias.
Na prática, isso significa maior risco para grupos mais vulneráveis — crianças, idosos e pessoas com o sistema imunitário comprometido. Os sintomas relatados variam de diarreia e vômitos a quadros que, em alguns casos, exigem hospitalização.
O que levou a isso?
Os autores do estudo apontam que a contaminação generalizada indica uma falha nas boas práticas sanitárias ao longo da cadeia do pescado. Em outras palavras: desde o transporte até a venda, algo não está sendo feito como deveria — seja higiene, refrigeração ou fiscalização.
Entre as recomendações, os pesquisadores destacaram medidas concretas para reduzir o risco:
- implementação de normas e fiscalização mais rigorosas;
- controle efetivo da cadeia de refrigeração durante o transporte e a venda;
- programas de capacitação e conscientização para comerciantes e consumidores.
Os autores pedem a adoção imediata dessas medidas, maior atuação dos órgãos de fiscalização e a realização de programas de educação sanitária para reduzir os riscos apontados pelo estudo.
Se nada for feito, quem mais sofre são as pessoas que já estão em maior perigo. Não seria razoável cobrar ações rápidas e concretas das autoridades e da comunidade para evitar que esse problema se repita?