Origem dos zumbis: de mito africano a ícone da cultura pop

Se você é fã de um bom susto e adora um filme, série ou jogo onde mortos que caminham são os antagonistas principais, já se perguntou de onde vem essa fascinação pelos zumbis? Esta figura aterrorizante não surgiu do nada e tem raízes profundas que mergulham na história e na cultura mundial, especialmente na África Ocidental.

De acordo com o Dicionário Inglês de Oxford, a palavra “zumbi” tem sua origem na África Ocidental e foi introduzida no inglês em 1819. O termo “nzambi” na língua local se refere a um deus do Vodu, descrito como o “espírito de uma pessoa morta”. Quando pessoas dessa religião foram levadas à força para servir como escravas em outros países, levaram consigo suas culturas e crenças, disseminando o medo dos espíritos dos mortos, ou “mortos-vivos”, tanto na América quanto entre os povos ameríndios.

No Haiti, o conceito se adapta e a palavra “jumbi” evolui para “zumbi”. Neste contexto, além de referir-se a espíritos ou fantasmas, o termo passou a ter uma conotação relacionada à morte e ao sofrimento dos escravizados. Interessantemente, o mito do zumbi foi manipulado pelos colonizadores como uma forma de controle sobre os escravos, ameaçando-os com a transformação em zumbis caso desobedecessem, uma tarefa atribuída a feiticeiros conhecidos como “bokors”.

Com o fim da escravidão, a crença na possibilidade de transformação em zumbi manteve-se viva, especialmente através da figura do “bokor”. Anos depois, o termo “zumbi” seria popularizado na América do Norte, tornando-se sinônimo de uma entidade fictícia após a divulgação do filme “White Zumbi”, consequência do retorno de soldados dos EUA após a ocupação militar no Haiti.

Essa fascinação pelos zumbis só cresceu, alcançando uma popularidade global e inspirando a criação de uma vasta gama de conteúdos de entretenimento, desde filmes e séries até jogos, livros e quadrinhos. O mito, que tem suas raízes em crenças tradicionais e histórias de repressão e resistência, agora se encontra eternizado na cultura pop, garantindo seu lugar entre as criaturas mais icônicas do terror.