A notícia que ninguém esperava: uma doença misteriosa está se espalhando rapidamente na República Democrática do Congo, e a Organização Mundial da Saúde (OMS) acaba de emitir um alerta internacional. Sintomas surgem de repente. Febre alta. Dores intensas. Em menos de 48 horas, vidas são perdidas. O que está por trás desse surto? Como a transmissão acontece? E o que as autoridades já descobriram?
Desde janeiro, mais de 1.300 casos e 67 mortes foram registrados em duas vilas do noroeste do Congo, segundo o último boletim da OMS. O cenário é de incerteza. Testes já descartaram Ebola e Marburg, vírus conhecidos por causar epidemias fatais na África. Mas a causa exata ainda é um mistério. As principais suspeitas recaem sobre uma possível contaminação da água ou um surto de meningite bacteriana, agravado pela alta incidência de malária na região.
“Com base na sintomatologia do início até a morte, parece e se assemelha muito mais a um evento do tipo tóxico, seja de uma perspectiva biológica, como uma meningite, ou de uma exposição química. E há indicações das autoridades de que há um nível muito forte de suspeita de um evento de envenenamento relacionado a uma fonte de água. Isso está sendo investigado”, afirmou Mike Ryan, chefe de emergências da OMS.
Os sintomas relatados incluem:
- Febre alta
- Calafrios
- Dores de cabeça e musculares
- Dores abdominais
- Diarreia e vômitos
- Sudorese, tontura e falta de ar
Metade das mortes ocorre em até 48 horas após o início dos sintomas. A maioria dos casos foi registrada na vila de Bomate, mas também há relatos em Boloko, separadas por cerca de 100 km. Não se sabe ainda se os surtos estão conectados ou se são eventos distintos.
A transmissão ainda está sob investigação. As hipóteses principais são:
- Contaminação por água envenenada ou alimentos contaminados
- Possível transmissão bacteriana, como meningite
- Coinfecção com malária, que agrava o quadro clínico
“Os diferenciais atuais incluem um grupo de meningite bacteriana de início rápido ou uma contaminação por envenenamento químico como hipóteses principais em um contexto de alta incidência de outras doenças infecciosas comuns nas áreas, principalmente a malária”, informou a OMS em comunicado oficial.
A OMS classificou o risco como moderado nas áreas afetadas e baixo em nível nacional e global. Amostras de água, alimentos e do ambiente estão sendo analisadas. Até agora, 54% das amostras testaram positivo para malária, mas a doença é endêmica na região e pode estar apenas agravando os casos.
As autoridades locais e internacionais seguem mobilizadas:
- Equipes da OMS estão no Congo para investigar a origem e conter o surto
- Amostras foram enviadas ao Instituto Nacional de Pesquisa Biomédica, em Kinshasa
- Campanhas de informação e prevenção estão em andamento
“Normalmente, esses surtos são controlados com relativa rapidez. No entanto, aqui, é preocupante o fato de termos centenas de casos e mais de 50 mortes, com sintomas semelhantes aos da febre hemorrágica amplamente relatados entre esses casos”, destacou Michael Head, pesquisador sênior em Saúde Global da Universidade de Southampton.
A investigação segue em ritmo acelerado. Novas informações podem surgir a qualquer momento, enquanto o mundo observa atento os próximos passos das autoridades de saúde.