Uma pesquisa da Universidade Nacional Australiana (ANU) analisou dados de 241 países para descobrir por onde viajantes podem transportar as chamadas superbactérias — isto é, bactérias que ficaram resistentes a antibióticos. O estudo usa esses dados para mapear tanto o que os residentes trazem de volta quanto o que os turistas podem contrair no exterior.
Para a análise, os pesquisadores tomaram como referência a bactéria E. coli, responsável por grande parte das infecções humanas e capaz de causar quadros graves. Por ser comum e bem estudada, ela serviu como um termômetro para a circulação de cepas resistentes.
Foi o primeiro trabalho a quantificar, em escala global, esse risco “bidirecional”: onde as pessoas mais tendem a exportar ou importar cepas resistentes. Eles concluíram que o norte da Europa e a Europa Ocidental têm maior probabilidade de ver residentes adquirindo cepas no exterior e trazendo-as para casa, enquanto o Caribe aparece como a região com maior risco de turistas serem infectados.
As viagens internacionais — incluindo deslocamentos por avião — foram apontadas como um fator central, porque permitem levar microrganismos rapidamente entre locais distantes. Já pensou que o mesmo bilhete de avião que leva você de férias também pode encurtar a distância para uma bactéria resistente?
Como reduzir o risco
Os autores destacam medidas simples que ajudam a diminuir tanto a chance de adoecer durante a viagem quanto a de transportar cepas resistentes para casa:
- verificar a procedência e o tratamento da água consumida;
- consumir alimentos bem cozidos;
- manter higiene das mãos, incluindo o uso de desinfetante quando necessário.
Pequenos cuidados podem reduzir de forma prática a exposição e a disseminação dessas bactérias. O estudo, coordenado por pesquisadores da ANU e com a participação do professor Peter Collignon, foi publicado na revista Antibiotics.

