Uma tendência inusitada tem chamado atenção nas redes sociais e portais de notícias: mulheres que vendem leite materno para fisiculturistas e outros homens, chegando a faturar mais de R$ 20 mil por mês. O caso ganhou destaque após relatos de mães como Mila De’brito, do Reino Unido, e Rafaela Lamprou, de Chipre, que encontraram nesse mercado uma fonte de renda surpreendente.
A ideia surgiu quando essas mulheres perceberam que produziam mais leite do que seus filhos precisavam. Sem espaço para armazenar o excedente, começaram a doar para outras mães, mas logo receberam pedidos de fisiculturistas interessados nos supostos benefícios nutricionais do leite materno para o ganho de massa muscular. Além desse público, homens com fetiches também passaram a procurar o produto, ampliando ainda mais o mercado.
A venda é feita principalmente por meio de redes sociais, como TikTok e Facebook, e em sites especializados, como o Onlythebreast.com, onde anúncios direcionados a homens são comuns. Mila De’brito, por exemplo, viralizou ao mostrar no TikTok que já faturou cerca de R$ 70 mil com a venda do seu “ouro líquido”. Rafaela Lamprou, porsuavez, já arrecadou mais de R$ 20 mil, enviando leite para diferentes países.
A repercussão nas redes sociais é intensa, com opiniões divididas. Enquanto algumas pessoas elogiam a criatividade e o empreendedorismo das mães, outras questionam a ética da prática e sugerem que o leite deveria ser doado. Comentários de mães expressando inveja pela alta produção de leite também são frequentes.
Especialistas em saúde, no entanto, alertam que não há evidências científicas de que o leite materno traga benefícios para adultos. Segundo a Academia Americana de Pediatria, o leite materno é ideal para bebês, mas não há comprovação de que ele ajude adultos a ganhar massa muscular ou melhore a imunidade. O consumo por adultos pode, inclusive, apresentar riscos, já que o leite não passa por controle sanitário adequado para esse fim.