Recentemente, a missão de reabastecimento Tianzhou-8, que ocorreu em novembro, levou uma carga inusitada para a estação espacial Tiangong, na China: moscas-das-frutas. Essas pequenas criaturas serão utilizadas por cientistas para investigar como a microgravidade afeta seu organismo.
Além disso, as pesquisas também observarão as reações das moscas em um ambiente fora do campo magnético da Terra. A estação espacial, que orbita a Terra em uma zona de baixa gravidade, ainda é influenciada pela proteção do campo magnético terrestre. Para o experimento, os taikonautas criaram um ambiente “submagnético” que possibilitará comparações mais precisas.
O foco principal do estudo é compreender os mecanismos moleculares das moscas e verificar se há alterações em seus ritmos biológicos. Os resultados obtidos são esperados para auxiliar no planejamento de futuras missões espaciais profundas, onde a proteção do campo magnético não estará disponível.
As moscas-das-frutas foram escolhidas devido à sua relevância em pesquisas biomédicas e genéticas. Elas compartilham muitos aspectos genéticos com os humanos, e seu genoma já foi completamente mapeado. Além disso, seu ciclo de vida é curto, de apenas duas semanas, e as fêmeas produzem centenas de ovos, facilitando a programação dos experimentos. Comparadas a alternativas como ratos de laboratório, as moscas são mais econômicas e práticas para estudos no espaço.
Vale destacar que a Estação Espacial Internacional já alocou um mini-laboratório exclusivo para a pesquisa com esses insetos.