Recentemente, dois caçadores nos Estados Unidos faleceram em decorrência de uma rara e implacável doença dos príons, que afeta o sistema nervoso central por meio de proteínas defeituosas. Estas proteínas, presentes em indivíduos saudáveis, podem, devido a um mal funcionamento, tornar-se hostis e causar degeneração cerebral severa.
Estudos atuais levantam a hipótese de que a contaminação possa ter ocorrido por meio da ingestão de carne de cervos infectados com a doença debilitante crônica (CWD), uma condição similar observada em animais selvagens nos EUA. Se confirmada, essa seria a primeira ocorrência documentada de transmissão da CWD de animais para humanos, conforme apuração da fonte IFLScience.
Os príons são particularmente perigosos pois não se desativam com métodos convencionais de esterilização, como calor ou luz ultravioleta, tornando a infecção extremamente difícil de ser controlada e sem opções curativas disponíveis. Após a invasão das proteínas príon no organismo, o cérebro começa a apresentar perfurações microscópicas, semelhantes a uma esponja, impactando severamente as funções cerebrais.
Pessoas infectadas por príons podem desenvolver uma série de sintomas graves, que incluem depressão profunda, alucinações, problemas de fala e memória, falta de coordenação motora, além de uma mudança drástica no comportamento e agressividade.
No passado, as preocupações com doenças causadas por príons ganharam destaque com a crise da encefalopatia espongiforme bovina (popularmente conhecida como doença da vaca louca) nas décadas de 1980 e 1990, principalmente no Reino Unido. O surto resultou em 232 mortes, associadas à variante de Creutzfeldt-Jakob, uma doença semelhante transmitida por bovinos contaminados.
As informações compiladas pelo IFLScience e pela Food and Drug Administration (FDA) elucidam os riscos e a seriedade das doenças de príon, reiterando a importância de estudos continuados e vigilância na saúde animal e humana para prevenir futuras epidemias.
