Monitoramento de teclado resulta em demissão de funcionária; entenda o caso

Curiosidade e controvérsia: empresa rastreia atividade digital remota e gera debate.

O mundo do trabalho remoto tem seus desafios. Recentemente, uma história chamou a atenção dos entusiastas de tecnologia e especialistas em RH em todo o mundo. A australiana Suzie Cheikho tornou-se alvo de um rigoroso monitoramento digital realizado por seu empregador, a Insurance Australia Group (IAG). Ela não apenas trabalhava para a seguradora, mas também monitorava práticas de home office.

A IAG, uma das líderes no setor de seguros, justificou sua demissão em fevereiro com alegações de que Cheikho havia perdido prazos importantes e faltado a reuniões. O curioso é que, para chegar a essa conclusão, a empresa rastreou a quantidade de teclas pressionadas por ela durante o horário de expediente entre outubro e dezembro do ano passado.

Os números, divulgados pelo portal News.com, são surpreendentes. Em quatro dias distintos, Suzie não registrou atividade. Em 44 ocasiões, não cumpriu as horas acordadas, começando o expediente atrasado 47 vezes e encerrando mais cedo em 29.

Apesar da média de apenas 54 teclas por hora, o que poderia sugerir baixa produtividade, a história tem mais nuances. Cheikho, com 18 anos de dedicação à IAG, questionou a autenticidade dos dados. Ela também mencionou problemas pessoais que afetaram profundamente sua saúde mental, refletindo em sua performance.

Sua tentativa de reverter a decisão no Fair Work Commission (FWC), entidade conhecida por sua justiça laboral, não teve sucesso. A demissão foi considerada justificada, já que, de acordo com o FWC, Suzie não conseguiu provar que estava efetivamente trabalhando.