Misofonia: condição que gera aversão a sons é mais comum do que se pensa

Se você é um usuário assíduo de redes sociais, talvez já tenha se deparado com postagens sobre misofonia, especialmente em vídeos com sons específicos que se repetem várias vezes. Misofonia é uma condição psicológica na qual a pessoa sente uma repulsa muito forte a determinados tipos de som, como alguém mastigando ou roncando. Este tema tem sido amplamente discutido no TikTok, com muitas pessoas expressando desconforto com sons em certos tipos de conteúdo.

Uma pesquisa divulgada recentemente trouxe à tona a prevalência desta condição. Conduzido por pesquisadores da Universidade de Oxford e do King’s College Londres, o estudo envolveu a população do Reino Unido e os resultados foram publicados na PLOS ONE. Surpreendentemente, a pesquisa revelou que 1 em cada 5 britânicos lida com sensações intensas causadas por misofonia, embora poucos estivessem familiarizados com o termo antes do estudo – menos de 14% dos participantes sabiam o que era misofonia.

Compreendendo a Misofonia

A autora do estudo, Jane Gregory, destacou para a Science Alert a importância de se reconhecer e dar nome às próprias experiências. Saber que outros também compartilham dessa sensibilidade a certos sons pode ser muito esclarecedor e tranquilizador.

O estudo focou em entender melhor como a misofonia afeta especificamente a população do Reino Unido. Para isso, utilizou-se um algoritmo que visava refletir a diversidade da população através de uma amostragem representativa de indivíduos com idade superior a 18 anos. Ao todo, 772 voluntários participaram respondendo um questionário sobre suas reações emocionais a variados sons, enquanto entrevistas aprofundadas foram realizadas com 55 indivíduos, sendo 26 deles com misofonia e 29 sem.

A análise da pesquisa considerou cinco características principais relacionadas à misofonia: sensação de ameaça, avaliações internas e externas, reações explosivas e impacto na vida dos afetados. Ao delinear o perfil da misofonia através das experiências dos participantes, os pesquisadores esperam contribuir para um melhor entendimento desta condição, não apenas no Reino Unido, mas globalmente.