Dacia, do Grupo Renault, vinha trabalhando num projeto simples e direto: um minicarro elétrico pensado para o dia a dia urbano. A ideia era oferecer uma alternativa acessível, sem frescuras, para quem faz trajetos curtos pela cidade.
O que ele prometia
Batizado de Hipster Concept, o modelo tinha medidas compactas — cerca de 3 metros — e peso reduzido, abaixo de 800 kg. A velocidade máxima prevista era por volta de 90 km/h e a autonomia estimada em cerca de 150 km. Tudo isso com um alvo de preço bem atraente: menos de €15.000 (aproximadamente R$ 93 mil).
Para manter o custo baixo, a Dacia simplificou componentes e acabamento:
- assentos em lona e revestimentos básicos;
- vidros manuais em vez de sistemas elétricos;
- conjunto eletrônico mínimo — apenas o essencial para rodar.
A empresa afirmou que essas escolhas visavam reduzir preço sem comprometer a segurança dos ocupantes.
Uso e contexto
Segundo a CEO Katrin Adt, o carro era pensado para deslocamentos urbanos curtos.
“mobilidade local, acessível e cotidiana”, disse Katrin Adt.
A chegada do modelo ao mercado, porém, dependia de uma mudança nas regras da União Europeia: não havia, na legislação vigente, uma categoria específica para carros tão pequenos. As negociações com as autoridades europeias estavam em andamento e, segundo a montadora, um eventual acordo poderia incluir a exigência de que esses veículos fossem produzidos em solo europeu.
A Dacia também destacou um argumento econômico: o preço médio dos carros novos subiu cerca de 63% entre 2001 e 2020 — um dos motivos apontados para defender a necessidade de opções mais acessíveis na Europa.
Será que um modelo assim poderia mudar a rotina urbana e o mercado? Enquanto as discussões regulatórias seguiam, o Hipster Concept permanecia como uma proposta concreta para quem busca um transporte simples, barato e prático para o dia a dia.