A Microsoft confirmou que vai ampliar os investimentos em nuvem em Mount Pleasant, no estado de Wisconsin. A empresa anunciou a destinação de US$ 4 bilhões para um segundo data center, elevando para mais de US$ 7 bilhões o total aplicado na região — somando os US$ 3,3 bilhões do primeiro projeto.
Os dois centros têm cronograma escalonado: o primeiro deve começar a operar no início de 2026 e o segundo, a partir de 2027. Ambos foram pensados principalmente para suportar aplicações de inteligência artificial e virão equipados com milhares de chips de última geração da Nvidia.
A Microsoft estima reunir no complexo centenas de milhares de GPUs Nvidia Blackwell GB200. Segundo a empresa, essa capacidade é equivalente a oferecer “10 vezes a performance do supercomputador mais rápido do mundo hoje”.
“10 vezes a performance do supercomputador mais rápido do mundo hoje”, disse Brad Smith.
Empregos e impacto local
Com as duas unidades em plena operação, a expectativa é gerar até 800 empregos permanentes. Na etapa de construção, milhares de trabalhadores seriam contratados — de eletricistas a encanadores industriais — para erguer e manter as instalações.
Energia e infraestrutura
O consumo de energia será elevado: a operação conjunta pode demandar mais de 900 megawatts quando estiver em plena atividade. Para reduzir o impacto, a Microsoft se comprometeu a compensar a energia proveniente de fontes fósseis com a mesma quantidade de energia limpa injetada na rede local.
Parte desse suprimento virá de um parque solar em construção a cerca de 240 km dos data centers, com capacidade para fornecer 250 megawatts. Outra parcela da demanda será atendida por geração a partir de gás natural liquefeito (GNL). A empresa também informou que vai pré-pagar a infraestrutura elétrica necessária, evitando repassar esses custos aos consumidores.
Água e histórico do terreno
Os projetos usarão sistemas de resfriamento adaptados ao clima local, o que reduziria o consumo anual de água ao equivalente ao de um restaurante médio — um contraste forte com o plano anterior da Foxconn para o mesmo terreno, que previa consumo diário superior a 7 milhões de galões.
O terreno foi originalmente destinado a uma fábrica de US$ 10 bilhões da Foxconn anunciada em 2017, mas aquele projeto foi sendo reduzido ao longo dos anos. O novo anúncio da Microsoft transforma novamente o local em um hub estratégico para computação em nuvem e IA. O governador de Wisconsin, Tony Evers, afirmou que o estado abrigaria a maior concentração de GPUs sob um mesmo teto.
O anúncio também teve repercussão internacional e despertou interesse de setores de tecnologia e autoridades no Brasil, incluindo em Salvador (Bahia), que acompanharam as implicações econômicas e de infraestrutura trazidas pela expansão de centros de dados voltados à inteligência artificial.
As datas de início das operações e os compromissos com energia limpa e contratações foram apresentados como desdobramentos confirmados do investimento, com cronograma estimado para 2026 e 2027 para os dois centros, respectivamente.
O que isso significa na prática? Mount Pleasant volta a se tornar um ponto-chave para infraestrutura de IA, com grande investimento, consumo energético relevante e promessa de empregos e infraestrutura local.