O Brasil está lidando com a pior epidemia de dengue já registrada. Para combatê-la, além dos métodos tradicionais como eliminar pontos de água parada, existe uma abordagem inovadora: o Método Wolbachia. Esse projeto é uma colaboração entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), autoridades locais e o World Mosquito Program (WMP), uma organização internacional que visa proteger as pessoas das doenças transmitidas por mosquitos.
Interessantemente, este método não envolve alterar geneticamente os mosquitos. Em vez disso, consiste na liberação de mosquitos Aedes aegypti portadores da bactéria Wolbachia. Esta bactéria possui a capacidade única de impedir que os vírus da dengue, Zika e Chikungunya se desenvolvam dentro dos mosquitos, reduzindo assim a transmissão destas doenças. Vale destacar que a Wolbachia é naturalmente encontrada no ambiente, habitando entre 50% a 60% dos insetos, como borboletas, abelhas e formigas.
A vantagem deste método é que ele é autossustentável. Quando uma fêmea de mosquito com Wolbachia se reproduz, ela passa a bactéria para sua prole, garantindo que as futuras gerações também sejam imunes à transmissão dos vírus. Os mosquitos podem ser liberados na forma adulta ou por meio de ovos em áreas estratégicas.
Atualmente, a estratégia está sendo aplicada em várias cidades brasileiras, incluindo Rio de Janeiro, Niterói, Campo Grande, Belo Horizonte e Petrolina. A seleção desses locais foi feita pelo Ministério da Saúde, com base na prioridade de controlar a doença. Outras cidades, como Joinville, Londrina, Foz do Iguaçu, Presidente Prudente, Uberlândia e Natal, também estão na lista para implementar este método nos próximos meses. Esta iniciativa, financiada pelo Ministério da Saúde, espera trazer uma nova esperança na luta contra a dengue e outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.
