Você já parou para pensar no que faz um organismo envelhecer? Biologicamente, o envelhecimento acontece pelo acúmulo de pequenos danos em nossas células ao longo do tempo. Coisas como o DNA se desgastando, pontas dos cromossomos encurtando (telômeros) ou mesmo o estresse do dia a dia causado por radicais livres contribuem para isso.
Nosso corpo tem sistemas para tentar corrigir esses problemas, mas com o tempo, eles se tornam menos eficientes. As mitocôndrias, nossas usinas de energia celular, também perdem a função progressivamente. No entanto, na natureza, alguns seres vivos parecem ter encontrado um jeito de driblar esse processo natural.
Seres que desafiam o tempo
Existem espécies que vivem em um ritmo completamente diferente do nosso. Geralmente encontradas em ambientes muito estáveis e isolados, esses animais desenvolveram características que favorecem uma vida longa e durável. Quer saber quem são eles?
Água-viva imortal (Turritopsis dohrnii)
Imagine poder voltar a ser criança quando as coisas ficam difíceis. Essa pequena água-viva, encontrada em águas temperadas, faz exatamente isso! Quando estressada ou danificada, ela reverte seu ciclo de vida, transformando células adultas em células jovens e voltando ao estágio inicial de pólipo.
Essa capacidade de regeneração contínua permite que ela evite a morte por envelhecimento. Claro, ela ainda pode ser comida por um predador ou ficar doente, mas seu relógio biológico simplesmente não para de dar ré. Estudos falam que essa reversão ativa genes de “juventude” celular.
Tubarão-da-Groenlândia (Somniosus microcephalus)
Diretamente das águas geladas do Ártico, este tubarão tem um segredo para a longevidade: a calma. Com crescimento e metabolismo extremamente lentos, ele consegue viver por mais de 400 anos. O frio ajuda a desacelerar seus processos celulares, diminuindo o dano ao DNA acumulado ao longo dos séculos.
Tartaruga-de-Galápagos (Chelonoidis nigra)
Famosas por sua calma, as tartarugas das Ilhas Galápagos não só vivem tranquilamente como vivem muito, ultrapassando os 100 anos e chegando perto dos 180 em alguns casos. Seu metabolismo lento, vida pacata e dieta rica em fibras são parte da explicação.
Pesquisas mostram que elas também possuem mecanismos genéticos eficientes para reparar danos no DNA e controlar inflamações, o que contribui significativamente para sua longa jornada.
Molusco Ming (Arctica islandica)
Diretamente das profundezas frias, este molusco bivalve é um verdadeiro recordista. Já foi encontrado um exemplar com 507 anos, mas a espécie pode atingir mais de meio milênio de vida. Sua longevidade impressionante vem de um metabolismo muito lento, ótima manutenção celular e grande estabilidade em seu material genético.
Esponja-de-vidro (classe Hexactinellida)
E que tal viver por mais de 10 mil anos? Organismos desta classe de esponjas, que vivem em águas muito profundas, conseguem essa façanha. O segredo está em um crescimento e metabolismo ultralentos.
A estrutura de sílica que compõe seu corpo também oferece uma resistência mecânica grande, e suas células se dividem muito pouco. Tudo isso contribui para uma vida extremamente longa, registrando apenas o fato de que esses seres existem e atingem idades impressionantes.