Em 2023, o cenário de ameaças cibernéticas experimentou um acréscimo notável, com a detecção diária de 411 mil arquivos maliciosos, segundo dados de uma companhia especializada em segurança cibernética. Este indicador, representando um crescimento de aproximadamente 3% em comparação com o ano anterior, estabelece um marco que não era observado desde 2019. O sistema operacional Windows emergiu como o principal alvo desses ciberataques, que, contabilizados, resultaram no bloqueio de 125 milhões de ameaças ao longo do ano.
Os resultados do estudo revelam que os trojans consolidaram-se como o tipo de software mal-intencionado mais comum. A pesquisa também identifica o recorrente uso de scripts e outros formatos para disseminar malware, incluindo arquivos disfarçados sob a aparência de documentos do Microsoft Office ou PDF. Registrou-se um aumento de 53% na utilização dessas táticas, acarretando uma média de 24 mil arquivos perniciosos distribuídos diariamente. Percebe-se uma possível correlação entre essa técnica e o incremento nos ataques de phishing, cujo intento é a infecção de sistemas e o furto de dados.
Outro dado alarmante é a elevação do uso de backdoors para invasões em redes corporativas, mantendo-se dissimulado e sem deixar vestígios. Ao longo de 2023, detectou-se e obstruiu-se o acesso a 40 mil desses arquivos por dia, um número quase triplo do registrado diariamente durante o ano precedente. Avalia-se que este tipo de ameaça representa um perigo exacerbado, pois permite ao invasor o controle remoto e a capacidade de manipular o sistema para diversas finalidades, como transferência, recepção ou eliminação de conteúdos, além da coleta de informações sigilosas e do registro de atividades digitais.
A introdução da inteligência artificial como uma ferramenta empregada por criminosos é um fator que contribui para a intensificação do perigo representado pelos golpes de phishing, dada a sua eficiência em criar comunicações fraudulentas que parecem mais autênticas e persuasivas.
Profissionais em segurança cibernética ressaltam a necessidade de utilização de soluções de segurança robustas, tanto por grandes organizações quanto por usuários individuais, em face ao aumento anual no número de vulnerabilidades e exploração destas pelos agentes maliciosos, incluindo grupos especializados em ransomware.
Um relatório complementar, realizado por uma entidade de segurança alternativa, destaca a existência de mais de um bilhão de exemplares de malware, com 560 mil novas ameaças sendo desvendadas diariamente. Este estudo também sublinha o crescimento de 87% em infecções por malware na última década, bem como que o trojan é responsável pela maioria dessas infecções. O relatório ainda indica a ocorrência de um novo ataque cibernético a cada 39 segundos e a invasão diária de 30 mil sítios eletrônicos globalmente.
Para se proteger, especialistas aconselham o uso cauteloso da internet, evitando o download e a instalação de aplicativos e programas de origens não verificadas, bem como a interação com links e anúncios virtuais suspeitos. São recomendadas a criação de senhas robustas e distintas, a habilitação da autenticação de dois fatores em serviços online e a pronta instalação de atualizações de software para sanar vulnerabilidades críticas de segurança.