Recentemente a Estação Espacial Internacional (ISS) completou 25 anos seguida de ocupação humana — um marco e tanto. Para encerrar essa fase com segurança, a NASA planejou uma reentrada controlada no chamado Ponto Nemo, no oceano Pacífico, prevista para 2030. A ideia é usar uma versão adaptada da cápsula Dragon, da SpaceX, para minimizar riscos a pessoas e embarcações.
Uma grande parceria
A ISS foi construída entre 1998 e 2011 e virou um símbolo de cooperação: agências dos Estados Unidos, da Rússia, do Japão, do Canadá e da Europa reuniram esforços para montar o maior laboratório científico em órbita.
No total, 290 pessoas de 26 países passaram pela estação para pesquisa em áreas como medicina, física e biologia. A participação foi também um reflexo das contribuições de cada país — por exemplo, os Estados Unidos enviaram cerca de 170 astronautas e a Rússia, 64.
Como seria a queda?
O plano prevê o acoplamento da cápsula Dragon à ISS para iniciar a desorbitação e orientar a reentrada. Tecnicamente, espera-se que painéis solares e radiadores se soltem primeiro, depois os módulos maiores se fragmentem e a maior parte dos componentes se consuma pelo calor. Partes metálicas mais pesadas, porém, podem resistir e chegar ao oceano.
Por que o Ponto Nemo? Porque fica isolado — a cerca de 2.700 km da terra habitada mais próxima — e já é conhecido como o “cemitério das espaçonaves”, usado para reentradas controladas de satélites e estações desativadas.
Historicamente, não é inédito
Houve precedentes: a Rússia direcionou a estação Mir ao mesmo ponto em 2001, e a Skylab, em 1979, também foi destinada àquela região — embora destroços tenham caído na Austrália, o que resultou numa multa simbólica de cerca de US$ 400.
Com cerca de 460 toneladas e dimensões comparáveis a um campo de futebol, a ISS foi apontada como o maior objeto a ser enviado ao cemitério das espaçonaves.
O encerramento, marcado para 2030, prevê que os fragmentos caiam no Pacífico, colocando ponto final em quase três décadas de operações em órbita e abrindo espaço para uma nova geração de estações espaciais comerciais. E então, depois de tantos anos em órbita, começa uma nova fase para a exploração espacial — mais pequena, mais diversificada e, provavelmente, mais comercial.

