Na corrida para desenvolver tecnologias inovadoras que conectam o cérebro humano a máquinas, o Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) está testando um implante cerebral que pode revolucionar a maneira como nos comunicamos. Através de um sistema avançado de interface cérebro-máquina, o dispositivo é capaz de decodificar a chamada “fala interna”, permitindo que pessoas com dificuldades de fala possam se comunicar simplesmente pensando nas palavras.
Como funciona a tecnologia?
A tecnologia se baseia em ler os sinais elétricos do cérebro e transmiti-los a uma saída que pode reproduzir o pensamento como fala. Esse sistema é similar ao desenvolvido pela Neuralink de Elon Musk, que também explora os usos de implantes cerebrais em pacientes paralisados, permitindo-lhes controlar computadores e outros dispositivos de maneira “telepática”.
As interfaces cérebro-máquina são extremamente úteis também para aqueles que perderam a capacidade de falar devido a condições neurológicas ou lesões cerebrais. No entanto, uma das principais dificuldades enfrentadas por essa tecnologia é reproduzir exatamente o ritmo natural da fala de cada pessoa.
Diferenciais do implante da Caltech
Enquanto muitas interfaces exigem que os pacientes tentem verbalizar palavras, o implante da Caltech não necessita que os usuários falem em voz alta. O sistema permite que a fala seja decodificada meramente pela imaginação das palavras, uma inovação que os pesquisadores chamam de “fala interna”.
Os testes iniciais foram feitos com apenas dois participantes e os resultados foram muito promissores. No primeiro teste, a precisão da captura do pensamento foi de 23%, mas o segundo teste superou as expectativas com uma precisão de 79%. Essa melhoria mostra que a tecnologia está se desenvolvendo rapidamente e que a região do cérebro focada no estudo pode ser a chave para essas inovações.
O estudo da Caltech foi recentemente publicado na revista Nature Human Behaviour, fornecendo mais insights sobre como os implantes cerebrais podem ser refinados para melhor atender às pessoas com incapacidades de comunicação verbal. Embora ainda em fase de desenvolvimento, o implante cerebral apresenta uma significativa luz no fim do túnel para revolucionar a comunicação para aqueles que mais precisam.
