Astrônomos combinaram imagens do ALMA e do JWST e captaram pela primeira vez, de forma detalhada, os jatos energéticos do jovem sistema HH 211. O resultado, publicado na revista Scientific Reports, vem de observações do sistema a cerca de 1.000 anos-luz, na constelação de Perseus — com o objetivo de entender como fluxos colimados ajudam na formação das estrelas.
O que foi visto
HH 211 é um objeto Herbig-Haro extremamente jovem, com cerca de 35 mil anos, e abriga uma protoestrela de aproximadamente 0,06 vezes a massa do Sol. Ela lançou dois jatos brilhantes em sentidos opostos, típicos de fases iniciais de formação estelar.
As imagens combinadas mostram detalhes complementares: o JWST mapeou a emissão em infravermelho e revelou a estrutura do jato em cores; o ALMA produziu um mapa em tons de cinza que expôs regiões centrais encobertas pela poeira. A partir dos dados do ALMA, os pesquisadores estimaram velocidades dos fluxos em torno de 107 km/s.
Os jatos parecem nascer na borda interna do disco de acreção, a cerca de 3 milhões de quilômetros da protoestrela — uma região tão próxima do centro que até agora era difícil de examinar.
Por que importa
Como isso ajuda nossa compreensão? Os resultados reforçam a ideia de que os jatos desempenham papel essencial ao regular o transporte de momento e massa — eles agem como uma espécie de válvula que facilita a queda do material sobre a protoestrela, permitindo seu crescimento. Os autores apontam que essas imagens inéditas abrem caminho para novos estudos sobre a interação entre disco, jatos e campos magnéticos nas primeiras fases da formação estelar.
Resumo rápido:
- Instrumentos: ALMA + JWST
- Distância: ~1.000 anos-luz
- Idade: ~35 mil anos
- Massa da protoestrela: ~0,06 vezes a do Sol
- Velocidade dos jatos: ~107 km/s
- Local de origem dos jatos: ~3 milhões de km da protoestrela
Essas observações oferecem uma visão inédita do ambiente imediato de uma estrela em formação e devem impulsionar novas investigações nos próximos anos.