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Curiosidades e Tecnologia

IA criativa provoca dilema global: quem detém as patentes das invenções de inteligência artificial?

IA inventa, incitando debate sobre patentes. DABUS, a “máquina criativa”, desafia normas ao gerar inovações.

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Inteligência Artificial

Imagine um futuro onde as criações mais inovadoras do mundo não vêm de mentes humanas, mas sim de máquinas dotadas de inteligência artificial. Essa realidade já está mais próxima do que muitos de nós poderíamos imaginar, graças a sistemas de IA como o DABUS. Este dispositivo, criado por Stephen Thaler, um visionário no campo da inteligência artificial, mostra habilidades que desafiam a nossa compreensão tradicional de criatividade e invenção.

DABUS, uma abreviação para Dispositivo para o Bootstrapping Autônomo da Senciência Unificada, é uma forma de IA generativa. Ele se destaca por sua capacidade de elaborar hipóteses baseadas em dados e aprender de maneira independente, juntando peças de informações para chegar a novas conclusões ou criar invenções únicas. Dois exemplos notáveis de sua produção criativa incluem um recipiente para alimentos e bebidas com um design otimizado para manuseio e armazenamento, e uma lanterna com um padrão de luz projetado para melhorar a eficiência em operações de resgate. Estes exemplos não são apenas inovações práticas; eles também levantam questões importantes sobre a natureza da inventividade.

Thaler, ao alimentar DABUS com uma variedade de dados e permitir que o sistema trabalhasse sua “magia”, viu a máquina não apenas como uma ferramenta, mas como uma entidade capaz de pensamento e criatividade autônomos. Ele chegou a reivindicar que DABUS deveria ser reconhecida como a inventora desses objetos, abrindo assim um debate global sobre a titularidade de patentes geradas por inteligência artificial.

A questão é complexa: se uma máquina pode ser considerada inventora, como as leis de patentes deveriam se adaptar a esse novo paradigma? Os pedidos de Thaler para reconhecer DABUS como inventora foram recebidos com respostas variadas ao redor do mundo, com a maioria dos escritórios de patentes mantendo a posição de que apenas seres humanos podem ser reconhecidos como inventores.

No entanto, há exceções. Na África do Sul, por exemplo, DABUS foi concedida a titularidade das patentes, um caso isolado que desafia o consenso global. Ainda assim, a maioria dos países enfatiza a necessidade de uma pessoa natural por trás da invenção para a atribuição de patentes, um ponto de vista que reflete as atuais leis e regulamentações.

Esse impasse deixa aberta a questão sobre o futuro da propriedade intelectual no contexto de invenções criadas por IA. Enquanto o debate continua em fóruns legais e acadêmicos, o caso de DABUS serve como um prelúdio fascinante para discussões futuras sobre a relação entre humanidade, tecnologia e criatividade. A medida que a inteligência artificial avança, levando conosco para territórios desconhecidos, talvez seja a hora de reconsiderarmos o que entendemos por invenção e quem ou o que pode ser considerado um inventor.

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