Com o aumento preocupante nas estatísticas de dengue no Brasil, uma nova ferramenta se junta à luta contra essa ameaça à saúde pública: a Inteligência Artificial (IA). Nesse contexto desafiador, com um registro de mortes por dengue batendo recordes antes inimagináveis, a IA surge não apenas como uma inovação, mas como um verdadeiro salvador de vidas. Nos primeiros meses de 2024, o país lamentou 1.116 óbitos, números muito acima dos registrados no mesmo período do ano anterior.
Essa crise impulsionou pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade de Sheffield, no Reino Unido, a buscar soluções tecnológicas. Eles desenvolveram um sistema baseado em IA capaz de identificar possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue, por meio de fotos de fachadas de prédios. Esta abordagem inovadora promete otimizar os esforços para localizar e eliminar focos do mosquito em áreas urbanas.
O trabalho dos agentes de saúde nas cidades é desafiador, exigindo inspeções minuciosas em residências em busca de locais propícios para a proliferação dos mosquitos, uma tarefa árdua que a introdução desta tecnologia promete facilitar. Por exemplo, em Campinas, a equipe de pesquisa fotografou edifícios em 200 quarteirões, analisando aspectos como a configuração das fachadas, a presença de quintais e o nível de sombreamento dos imóveis.
Essas imagens foram classificadas e inseridas em um banco de dados analisado pelo programa PCINet, que emprega IA para detectar padrões e indicar quais fachadas têm maior probabilidade de abrigar focos do mosquito. Desta forma, a pesquisa abre caminho para um combate à dengue mais eficiente, direcionando os esforços de controle e prevenção para os locais mais críticos, demonstrando o valor da IA na solução de problemas de saúde pública.
