O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou três decretos que autorizam a nomeação de 1.984 aprovados em concursos públicos federais. A medida, publicada nesta quinta-feira, 2 de outubro, contempla vagas do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU) e outros certames realizados nos últimos dois anos, reforçando mais de 20 órgãos da administração federal.
Decretos ampliam nomeações em concursos federais
Os três decretos publicados no Diário Oficial da União garantem provimentos adicionais de vagas, incluindo candidatos que estavam em cadastro de reserva. Com isso, o governo consegue ampliar o quadro de servidores sem alterar as regras originais dos editais.
As autorizações são distribuídas entre o Decreto 12.646, que libera 250 cargos de Analista Técnico de Políticas Sociais; o Decreto 12.647, que contempla 1.434 vagas em diversos órgãos; e o Decreto 12.648, que destina 300 cargos para Analista em Tecnologia da Informação.
Órgãos contemplados e áreas prioritárias
Entre os órgãos beneficiados, o Banco Central recebe 200 novos auditores, função considerada essencial para a supervisão do sistema financeiro. A área de tecnologia também ganha reforço com 300 Analistas de Tecnologia da Informação, fundamentais para a digitalização dos serviços públicos.
Outras carreiras reforçadas são as de Analista de Planejamento e Orçamento (100 vagas) e Analista Técnico de Políticas Sociais (250 vagas). Agências reguladoras, como a Anvisa, ficam com 100 das 240 vagas destinadas a esse segmento.
Funai, INPI e IBGE também estão entre os principais contemplados, com 175, 120 e 88 vagas, respectivamente.
Impacto orçamentário previsto
O custo dessas nomeações é de R$ 378 milhões para 2026, valor já incluso no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA). Segundo o governo, a despesa está dentro do limite de 2,6% do PIB projetado para gastos com pessoal, o que não exige mudanças no planejamento financeiro federal.
Prazos e próximos passos para os nomeados
Os candidatos aprovados para cargos que exigem curso de formação serão convocados ainda em 2025, com as turmas previstas para o primeiro semestre de 2026. Quem pode assumir imediatamente será nomeado assim que receber a convocação dos órgãos responsáveis.
Em setembro, o governo abriu prazo para que os aprovados em cadastro de reserva manifestassem interesse em manter o nome na lista de espera — etapa necessária para viabilizar as nomeações extras.
Recomposição e modernização do serviço público
Nos últimos dez anos, o Executivo federal perdeu cerca de 180 mil servidores por aposentadorias e exonerações, o que afetou áreas como regulação, meio ambiente e saúde pública. A nova estratégia mira não só repor o quadro, mas também modernizar a força de trabalho, priorizando carreiras transversais e tecnologia.
Transformação digital exige mais especialistas
A digitalização dos serviços públicos, exemplificada pela plataforma Gov.br, explica parte da demanda por novos Analistas de Tecnologia da Informação. Com mais de 4,5 mil serviços digitais e 165 milhões de contas ativas, a administração federal reforça a necessidade de profissionais qualificados para manter e ampliar a oferta online.